FERNANDA ODILLA
O perfil das tropas da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti deve mudar a partir de outubro, quando haverá a renovação do mandato e reedição dos termos da missão no país caribenho.
O general Floriano Peixoto, que comandava a Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti) quando o terremoto de 12 de janeiro destruiu o país, afirma que as maiores demandas neste momento são a construção de moradias e a remoção de escombros.
Diante das necessidades de reconstrução do país, a ONU deve alterar o foco da missão, hoje direcionado para a estabilização da paz. O comando das tropas, contudo, continuará nas mãos dos brasileiros.
"A continuidade da ajuda internacional deve incorporar elementos de reconstrução da base física e de infraestrutura, coisa que a ONU já vem fazendo. Haverá um momento que esse balanceamento deverá ser refeito. [A missão] Começa forte militar e vai balanceando", disse o general, que na manhã desta terça-feira ganhou uma medalha do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Segundo Floriano Peixoto, o Haiti hoje "está absolutamente seguro" e crimes como sequestro simplesmente deixaram de existir após o terremoto.
Ontem, ex-comandante brasileiro das tropas da ONU no Haiti ganhou elogios do general Douglas Fraser, do Comando Sul dos EUA, pelo esforço em tentar aliviar a dor dos haitianos.
Questionado se a medalha significava um sinal de reconhecimento norte-americano após eventuais desgastes nas relações militares pós-terremoto, Floriano Peixoto foi categórico em reafirmar que não houve competição entre as tropas. "Talvez no início houve indefinição de papéis", ponderou, dizendo que ao EUA cabia ajuda humanitária e ao Brasil garantir a segurança. Leia mais.