Militares devem ter fé profunda para testemunhar Cristo, diz Papa
Nicole Melhado
Neste sábado, 22, o Papa Bento XVI recebeu em audiência na Sala Clementina, no Palácio Pontifício, os participantes do 6º Congresso Internacional dos Ordinariatos Militares e do 3º Curso internacional de formação dos capelães militares católicos em direito humanitário, promovidos pela Congregação para os Bispos e pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz.
Em seu discurso o Papa salientou que os Ordinariatos Militares demonstraram em geral que têm adquirido um estilo sempre mais evangélico, adequando as estruturas pastorais às urgentes exigências da nova evangelização.
“Se trata de formar cristãos que têm uma fé profunda, que vivem uma convicta prática religiosa e que são autenticas testemunhas de Cristo em seu ambiente de trabalho”, enfatizou o Santo Padre.
O aspecto religioso na vida militar
De fato, a dimensão religiosa desempenha especial significado também na vida de um militar, pois a vida militar de um cristão, de fato, é colocada em relação com o primeiro e grande mandamento, aquele do amor a Deus e ao próximo.
"O militar cristão é chamado a realizar uma síntese pela qual se possibilita ser também militar por amor, cumprindo o ministerium pacis inter arma [ministério paz entre armas]”, destacdestacou Bento XVI.
O Papa disse pensar em particular no exercício da caridade do soldado que socorre as vítimas de terremotos e inundações, para com os refugiados, colocando à disposição dos mais fracos a própria coragem e a própria competência; no exercício da caridade do soldado empenhado em desarmar minas, colocando a própria vida em risco, bem como nos soldados que, no âmbito das missões de paz, patrulham cidades e territórios a fim que os irmãos não se matem entre eles.
“Há muitos homens e mulheres de uniforme cheio de fé em Jesus que amam a verdade, que querem promover a paz e se empenham como verdadeiros discípulos de Cristo para servir a própria nação, favorecendo a promoção dos direitos humanos fundamentais aos povos”, ressaltou o Pontífice.
Todos podem ver como são devastadoras as feridas causas pelas guerras, onde a dignidade humana é muitas vezes ultrajada e a paz perturbada. Toda via, lembrou o Papa, apenas a dinâmica do Direito não basta para restabelecer o equilíbrio perturbado, é preciso percorrer o caminho da reconciliação e do perdão.
Bento XVI recordou as palavras do Beato João Paulo II, em sua mensagem para a Jornada Mundial da Paz de 2002, que aconteceu depois dos trágicos atentados de 11 de setembro de 2001: “A verdadeira paz é fruto da justiça, virtude moral e garantia legal que vela sobre o pleno respeito de direitos e deveres e a equitativa distribuição de benefícios e encargos. Mas, como a justiça humana é sempre frágil e imperfeita, porque exposta como tal às limitações e aos egoísmos pessoais e de grupo, ela deve ser exercida e de certa maneira completada com o perdão que cura as feridas e restabelece em profundidade as relações humanas transtornadas”, escreveu João Paulo II.
A obra de evangelização no mundo militar – disse Bento XVI - requer uma responsabilidade crescente, a fim que neste âmbito, haja um anúncio sempre novo, convicto e alegre de Jesus Cristo, única esperança de vida e de paz para a humanidade.
“Vossa particular missão e o zeloso ministro vosso e dos vossos colaboradores, presbíteros e diáconos, favorecem uma renovação geral dos corações, o pressuposto da paz mundial, a qual todos aspiram”, concluiu o Papa concedendo a todos sua benção apostólica.
Canção Nova Notícias