40 militares mortos em naufrágio provocado por “fogo amigo”
Navio é abatido por engano por forças de segurança do Sudão do Sul (Foto: Saulo Valley / Creative Commons) |
Juba (Agência Lusa) – As forças armadas do Sudão do Sul anunciaram nesta segunda-feira (17) a morte de cerca de 40 militares, que estavam em uma embarcação alvejada por elas. Eles estavam em um navio militar sul-sudanês, alvo de disparos após ser confundido com uma embarcação inimiga, o que provocou seu naufrágio no Nilo.
Segundo afirmou à agência AFP o porta-voz militar Philip Aguer, na quarta-feira à noite as forças armadas sul-sudanesas dispararam contra um navio do seu país que transportava soldados no Rio Nilo, causando entre 37 e 40 mortos. As tensões continuam elevadas nas áreas fronteiriças com o Sudão, antigo inimigo do Sudão do Sul durante a guerra civil e o navio foi confundido com uma embarcação inimiga numa área em que operam grupos rebeldes que as autoridades sul-sudanesas afirmam serem apoiados por Cartum.
Aguer afirmou que as forças armadas iniciaram uma investigação ao “infeliz acidente”, que envolveu um navio que fazia o transporte de 170 soldados de Melut para Malakal, no Estado do Alto Nilo, no Sudão do Sul. Adiantou que a tripulação do navio não tinha comunicado com clareza as forças armadas sul-sudanesas sobre os seus movimentos. "O navio saiu tarde, não passou qualquer informação ao posto seguinte (no rio) e as forças armadas têm ordens para não viajar a partir das 18h, devendo esperar pelo amanhecer no porto mais próximo”, disse.
"O comandante da força cometeu um grande erro”, afirmou Aguer, acrescentando que ele se encontra entre as vítimas mortais. O porta-voz acrescentou que soldados em terra dispararam tiros de aviso quando o navio não parou no posto militar em Lul e que as tropas que seguiam a bordo revidaram.
De acordo com Aguer, o navio também foi atingido com granadas e naufragou. A maior parte das vítimas morreu afogada e não por ter sido atingida pelos disparos feitos a partir de terra, disse ainda o porta-voz, afirmando que 27 corpos já foram retirados da água e há pelo menos mais 10 mortos.
EBC - Agência Lusa/montedo.com