Nota do editor: os 'gajos' dão exemplo de maturidade institucional
Militares são subordinados mas não «subservientes»
O aviso é dos sargentos, através de Lima Coelho, que enaltece o discurso do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas
O presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS) considerou, nesta quarta-feira, que as afirmações do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) sobre a não submissão dos militares foram «de extrema importância» e revelam um sentimento generalizado.
«Estamos totalmente de acordo. Aliás, alguns de nós, senão mesmo todos, já em diversas ocasiões, por essas palavras ou outras, tivemos a oportunidade de o defender», respondeu Lima Coelho, quando os jornalistas lhe pediram para comentar as declarações do general Luís Araújo.
Na semana passada, o CEMGFA admitiu que os militares não estão indiferentes ao que se passa no país: «Nós somos seres humanos, temos sentimentos, temos família, nós temos alma. Nós temos participado no esforço de arranjo das contas públicas portuguesas, não podia ser de outra forma. O que não quer dizer que sejamos submissos. Estamos atentos, somos cidadãos.»
Para o presidente da ANS, estas declarações do general Luís Araújo são «de extrema importância», também por terem sido ditas «de forma tão clara e frontalmente».
Lima Coelho fez questão de subscrever as palavras do CEMGFA: «Nós somos homens e mulheres que sentimos na pele todos os problemas que aí estão. Não somos propriamente robôs ou autômatos não temos couraças ou armaduras, sentimos tudo o que está a acontecer. Estamos subordinados ao poder político, mas, como disse o senhor general, subordinados não significa submissos e muito menos subservientes.»
Já o presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), coronel Pereira Cracel, quando questionado sobre a notícia de um encontro entre os chefes militares e o Presidente da República, considerou que Aníbal Cavaco Silva pode ter «um papel muito importante» a desempenhar na resolução dos problemas.
tvi24/montedo.com