4 de junho de 2013

Demorou: ruralistas querem intervenção das Forças Armadas nos conflitos indígenas em MS

Forças Armadas serão chamadas para pacificar conflitos indígenas em MS

Em reunião extraordinária na manhã desta segunda (3), no auditório da Acrissul, lideranças da classe rural de MS decidiram elaborar uma nota com um pedido de intervenção federal, por meio das Forças Armadas, visando a manutenção da paz nas propriedades rurais no Estado através da ocupação das áreas invadidas.
A sugestão foi colocada em pauta pelo presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul – Famasul, Eduardo Riedel e aprovada por unanimidade entre os presentes. “Estamos vivendo um estado de sítio e desordem, precisamos de uma solução imediata. Não existe mais a possibilidade de acordo depois do que aconteceu no domingo. Estão usando estratégias de guerrilha”, afirmou ele, referindo-se ao descumprimento da trégua estabelecida em reunião com o Conselho Nacional de Justiça – CNJ no último sábado (1). Segundo Riedel, o que acontece em MS é uma situação de desobediência civil, onde o Estado Democrático de Direito não é vigente.
Para o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul – Acrissul, Francisco Maia, esse problema pode ser resolvido desde que haja união e organização dos produtores, “aliado à estratégias conjuntas à bancada federal, onde a classe política tem se mostrada muito solidária à causa”, disse.
Reforçando o ponto de Maia, estava presente na reunião o deputado estadual Luiz Henrique Mandetta, que demonstrou o total apoio aos produtores. “Somos vítimas de um descaso total aqui no Estado. O governo é cínico, covarde e discriminatório com os brasileiros que moram em Mato Grosso do Sul”, desabafou. O político aumentou o coro para o pedido de intervenção, fazendo referência à pacificação das favelas cariocas, onde “foi preciso a utilização das Três Armas durante as operações, por que aqui é diferente?”, indagou.
A antropóloga Roseli Ruiz contou que em conversas com lideranças indígenas já estabelecidas pacificamente em terras demarcadas, foi afirmado pelos próprios que o Conselho Missionário Indigenista – Cimi está incitando os conflitos no Estado através de ameaças aos índios para que invadam outras propriedades, baseados em laudos fraudulentos elaborados pela Funai e outros órgãos. “Infelizmente é uma ala da igreja católica que insufla esses embates”, lamentou Roseli.
Ricardo Bacha teve a sede de sua propriedade destruída durante operação de reintegração de posse na última semana, onde o indígena terena Oziel Gabriel foi morto e um policial ficou ferido. O proprietário afirmou que o que está sendo discutido não é mais a demarcação das terras indígenas e sim a ampliação delas e da maneira que está sendo feito, à força. Sua esposa, Jucimara Bacha falou emocionada que “não podemos tomar ações pessoais durante a invasão, temos que aceitar que perdemos a terra. Nos resta agora fazer um movimento maior, mais estruturado e unido, que ajude a todos”. Ela finalizou dizendo que muitos dos índios que estão envolvidos nesses conflitos são tão vítimas quanto os produtores.
AgoraMS/montedo.com

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