25 de janeiro de 2010

BANDEIRA, PRA QUE TE QUERO?


"O projeto do Mercosul passa pela criação de um identidade latino-americana que de muito transcende objetivos meramente econômicos" e o hasteamento de "um símbolo poderoso como o da Bandeira sem dúvida irá ajudar na criação do sentimento de solidariedade regional que ora precisamos cultivar."
Deputado Dr. Rosinha (PT/PR)

Ricardo Montedo
Brasileiros em geral e militares em particular receberam um indigesto presente no último Natal. O Diário Oficial da União do dia 24/12 publicou ato do Presidente Lula, dando nova redação ao artigo 13 da Lei nº 5.700, de 1971, que rege a utilização dos símbolos nacionais.
A modificação torna obrigatória o hasteamento da bandeira do Mercosul, juntamente com o Pavilhão Nacional, nos prédios públicos do País todo, inclusive, claro, os quartéis.
No Brasil, ninguém dá bola para a Bandeira Nacional senão em época de copa do mundo. A Bandeira é só uma a mais, bem menos popular do que as de Flamengo, Corínthians, São Paulo, etc.,  agora travestidas em “manto sagrado”.
O sentimento de brasilidade se expressa de várias formas, mas os símbolos nacionais raramente fazem parte disso. Por vezes, dando razão à Nelson Rodrigues - "o patriotismo é o último refúgio dos canalhas" - assistimos cenas como as do menino Sean embarcando no avião que o levaria aos EUA com a camiseta do Brasil. Nada mais calhorda que expor uma criança para tentar despertar o fervor cívico da opinião pública em torno de uma disputa que é (ou deveria ser) da esfera privada.
Quem não lembra de Romário acenando a Bandeira da janela do avião que trazia a seleção campeã da Copa dos Estados Unidos, numa manifestação cívica que legitimou a muamba que boleiros e dirigentes trouxeram na bagagem? E provocou a demissão do (digno) Secretário da Receita Federal, que exigia o pagamento do imposto devido?
 Excluídos episódios como esses e as propagandas ufanistas do governo Lula (aliás, como nunca antez neste país, nem na época do general Médici), os Símbolos Nacionais são solenemente ignorados, exceto por uma categoria de cidadãos: os militares.
São os fardados que mantém viva a chama do patriotismo, dos valores do País, do orgulho em ser brasileiro, no intervalo entre uma copa do mundo e outra. O respeito aos Símbolos Nacionais é cultuado com fervor dentro dos quartéis. À exceção dos militares, os brasileiros consideram pagar mico cantar o Hino Nacional ou parar na rua para assistir o hasteamento da Bandeira.
Agora, os milicos farão tremular, pelos confins do País, a bandeira do Mercosul ao lado do “auriverde pendão da esperança”.
Num ato pouco relevante para a maioria alienada, a turma do Foro de São Paulo, na surdina, cumpre mais uma etapa no processo de realinhamento do projeto de poder marxista, sob a inspiração de Alberto Granmsci.
Mais uma estaca foi cravada no coração do conceito de Pátria. Nos confins da Amazônia, nas fronteiras, no pampa, no pantanal, na Antártida, no Haiti, onde um militar prestar continência à Bandeira do Brasil, terá de fazê-lo igualmente ao estandarte que, breve, tremulará também na Venezuela de Chávez.

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