André Soares
“A tropa é o espelho do chefe” é uma inexorável e universal máxima sobre a carreira das armas. Quem souber empregá-la conseguirá avaliar com precisão e rapidamente o poder militar de qualquer tropa, organização militar, ou forças armadas, sem necessitar de uma investigação aprofundada. Porque todos os militares subordinados, sem exceção, ficam inescapavelmente aprisionados sob a influência da pessoa e valor dos seus comandantes, em tudo. Nos atos de heroísmo e bravura, mas também na incompetência e na corrupção. Isso decorre da vida profissional totalizante a que os militares estão submetidos, sob os rigores absolutos da hierarquia e disciplina militares. É exatamente por isso que outra máxima militar nos ensina que “as palavras convencem, mas o exemplo arrasta”, inclusive o mau exemplo. Portanto, em qualquer circunstância, seja qual for o efetivo, valor, ou situação de emprego das forças militares de qualquer natureza, estar-se-á sempre diante do retrato mais fiel da pessoa do seu comandante.
Nesse mister, “A psicologia da incompetência dos militares’’ é uma obra rara, densa e primorosa, de natureza científico-acadêmica, de autoria de Norman F. Dixon, que desvela com especial maestria o perfil psicológico dos comandantes incompetentes, os quais arrastam inescapavelmente as instituições militares sob seu comando para a ineficiência. Constitui assim diagnóstico minucioso notadamente sobre o perfil dos comandantes das forças armadas brasileiras e sua cúpula, que são os principais responsáveis pelo quadro de falência que afeta as forças armadas brasileiras; e não os governantes do país, que são injustamente condenados por eles, veladamente junto ao seu público-interno.
A realidade é que as forças armadas brasileiras são ineficientes no cumprimento de sua missão constitucional de defesa nacional porque são não operacionais, a exemplo de seus comandantes. Essa grave deficiência do poder militar do país também inviabiliza a sua pretensão de conquistar assento no Conselho de Segurança da ONU, como membro permanente. Pois, é pura ingenuidade imaginar que o seleto grupo das maiores potências bélicas do mundo (China, França, Rússia, Reino Unido e EUA), aceitará o ingresso de um país com poder militar não operacional, como o Brasil.
Essas são verdades proibidas e dissimuladas da sociedade porque revelam que nossas forças armadas são incapazes de vencer guerras. Isso porque as estruturas militares se tornam ineficientes quando se desvirtuam de sua atividade-fim que é o emprego em combate. Destarte, prova cabal de autoria e materialidade desse flagrante delito cometido contra a defesa nacional está paradoxalmente nos extensos currículos dos comandantes e a cúpula das forças armadas. Pois, atestam que eles, em suas longas carreiras militares, nunca combateram ou vivenciaram o “bom combate”; diferentemente dos nossos corajosos e esquecidos “pracinhas” da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que lutaram e morreram defendendo o Brasil na II guerra mundial. Portanto, a verdade sobre o profissionalismo militar dos comandantes das forças armadas brasileiras é de incompetência, congênere à do engenheiro que nunca construiu, ou à do cirurgião que nunca operou.
Nessa conjuntura atual, a carreira das forças armadas tornou-se profissão desprestigiada no país, porém muito disputada por ter se transformado num excelente emprego, sendo dominada pelos carreiristas de gabinete, preterindo os verdadeiramente vocacionados para a vida castrense. Isso é o que vem ocorrendo há décadas, cuja crescente e grave evasão de jovens promissores de suas fileiras é hemorragia que os atuais comandantes militares conseguem esconder, mas não estancar. Portanto, confirmando a máxima inexorável, as forças armadas brasileiras são exatamente o retrato mais fiel da personalidade de seus respectivos comandantes.
Se qualquer pessoa em sã consciência e voluntariamente não habitaria com sua família uma residência construída por um engenheiro que nunca construiu, e não submeteria qualquer de seus familiares a uma cirurgia realizada por um cirurgião que nunca operou, a triste verdade é que a defesa nacional está entregue a comandantes militares que nunca combateram. Quando a nação brasileira conclamar nossas forças armadas ao derradeiro combate em defesa do país, estaremos confiando a eles o destino do Brasil e a vida de nossos filhos. Todavia, nossos comandantes das forças armadas ostentam medalhas, muitas medalhas.
Inteligência Operacional, via Mujahdin Cucaracha/montedo.com
Comentário do Mujahdin Cucaracha, em seu blog:
Os comandantes militares brasileiros não só não possuem real experiência de combate, mas também em geral sequer tem experiência de convívio com seus subordinados. Um bom meio de medida disso é uma simples verificação de oficiais superiores possuidores da Medalha Corpo de Tropa de Prata, concedida a quem tenha, somados, quinze anos de serviço em unidades operacionais. Há mesmo oficiais que se referem a essa honraria como "coisa de Subtenente e de QAO". Assim, temos oficiais que alcançam o generalato em média depois de 30 anos de serviço, e não conseguem somar a metade desse tempo junto a seus comandados. Poucos conseguem a Medalha Corpo de Tropa de Bronze concedida a quem junta dez anos na denominada "atividade-fim". Dessa forma, alienados da real situação de dificuldades por que passa sua tropa - normalmente dissimulada nas inspeções por comandantes subordinados temerosos de serem adjetivados como incompetentes -, acreditam que tudo vai bem e que os problemas se resumem a equipamentos obsoletos. Se pelo menos se dedicassem a sair de seus gabinetes vez ou outra para falar francamente com seus Oficiais Subalternos e Sargentos, poderiam pelo menos ter uma melhor noção sobre o que pensam comandar.
Montedo diz:
Bingo!
Comentário do Mujahdin Cucaracha, em seu blog:
Os comandantes militares brasileiros não só não possuem real experiência de combate, mas também em geral sequer tem experiência de convívio com seus subordinados. Um bom meio de medida disso é uma simples verificação de oficiais superiores possuidores da Medalha Corpo de Tropa de Prata, concedida a quem tenha, somados, quinze anos de serviço em unidades operacionais. Há mesmo oficiais que se referem a essa honraria como "coisa de Subtenente e de QAO". Assim, temos oficiais que alcançam o generalato em média depois de 30 anos de serviço, e não conseguem somar a metade desse tempo junto a seus comandados. Poucos conseguem a Medalha Corpo de Tropa de Bronze concedida a quem junta dez anos na denominada "atividade-fim". Dessa forma, alienados da real situação de dificuldades por que passa sua tropa - normalmente dissimulada nas inspeções por comandantes subordinados temerosos de serem adjetivados como incompetentes -, acreditam que tudo vai bem e que os problemas se resumem a equipamentos obsoletos. Se pelo menos se dedicassem a sair de seus gabinetes vez ou outra para falar francamente com seus Oficiais Subalternos e Sargentos, poderiam pelo menos ter uma melhor noção sobre o que pensam comandar.
Montedo diz:
Bingo!