Marcela Cavalcanti
Elias Medeiros/Esp.DN/D.A Press |
Cerca de 650 militares das Forças Armadas participam em Natal de um treinamento para integrar a Missão de Paz no Haiti. Nesta terça-feira (16), a tropa participou da atividade chamada ‘Progressão em Área Urbana’, que começou com as instruções teóricas na sede do 16º Batalhão de Infantaria Motorizada do Exército (16 RI) e terminou nas proximidades da Fortaleza dos Reis Magos, na Praia do Meio, com a simulação de uma situação de conflito.
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De Natal, partirão 202 militares para a missão de paz. Entre a tropa potiguar está o sargento Barros, que há 22 anos serve no Exército Brasileiro. Natural da cidade de Tibau do Sul, distante 72 quilômetros da capital potiguar, o militar está indo para a sua terceira missão de paz. Ele já esteve na Angola, em 1995, e no Haiti em 2009, antes do terremoto, sempre como combatente. Desta vez, o sargento Barros retorna ao Haiti para auxiliar a seção de comunicação social do Brabat 1/17.
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Para o sargento, um dos pontos positivos de participar da missão é o sentimento de satisfação como ser humano e o de dever cumprido por ajudar as pessoas que precisam. O ponto negativo seria a distancia dos entes queridos. "Mesmo já tendo participado de outras missões, existe a saudade das pessoas que ficam. Mas, isso não chega a atrapalhar. Através da internet e do telefone, a gente mata a saudade aos poucos", disse o militar que é pai de um menino de 12 anos. "Ele fica muito feliz e orgulhoso por saber que estou indo. Ele sabe que o Exército vai para ajudar pessoas, inclusive crianças da idade dele, que estão necessitando de apoio, e de um ambiente seguro, para que possam viver de maneira estável. O apoio da família é fundamental para que o militar se sinta confiante, então o incentivo nos deixa mais motivado para cumprirmos o nosso papel", disse.
Assim como o sargento Barros, outro militar está partindo para a sua terceira missão: o sargento Jesus. Ele já esteve em Angola, em 1997, e no Timor Leste, em 2002. O militar atualmente serve em Brasília na área da comunicação social. Ele afirmou que não é fácil lidar com a saudade, mas que sabe a importância de estar contribuindo para a melhoria de vida de um país, honrar o Exército e o povo brasileiro. "A expectativa para a missão no Haiti é muito boa, porque sei que irá contribuir para um ambiente seguro e estável, pela missão que é desenvolvida lá", afirmou.
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Pai de um garoto de 10 anos, o sargento Jesus falou emocionado sobre o filho. "Faz uma semana que estou sem vê-lo. Ele demonstra muito orgulho por saber que eu estou participando, fala para todos na escola que pai está representando o Brasil e o Exército. A minha esposa fica apreensiva, mas sabe da grandeza da missão em fazer algo pelo ser humano, em prol de uma vida melhor", ressaltou. Para se comunicar com os familiares, os militares dispõem de uma lan house e telefones para ligações gratuitas.
Antes de partir para a missão, os militares precisam participar de um treinamento seguindo as diretrizes do mandato da Organização das Nações Unidas (ONU), as chamadas 'Regras de Engajamento'. A atividade realizada nesta terça foi dividida em quatro equipes, e teve a duração de duas horas cada uma. Parte da tropa começa a embarcar no dia 04 de novembro, e deverá permanecer no local durante seis meses, quando acontecerá o rodízio de militares. Na capital potiguar, o treinamento começou no último dia 08.
Além de militares de Natal, também integrarão a missão oficiais e praças do Exército de Fortaleza, São Luis, Brasília, João Pessoa, Bayuex, Recife e Goiânia, Força Aérea Brasileira, pelotão do Exército Paraguaio e o Grupamento Operativo da Marinha do Brasil, com cerca de 260 militares.
DN Online/montedo.com