20 de abril de 2013

Ministra do STM quer ampliação da competência da Justiça Militar

INFRAÇÕES DE MILITARES
Ministra do STM defende ampliação da competência da Justiça Militar da União

Ministra do STM Maria Elizabeth, aqui ao lado do marido, general de divisão Ribeiro Bastos (RRm)
(Imagem do site paraibano Sociedade)
A ministra do STM (Superior Tribunal Militar), Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, defendeu, nesta sexta-feira (19/4), a ampliação da competência da Justiça Militar da União para processar infrações disciplinares cometidas por militares. Maria Elizabeth participou do Seminário de Direito Penal e Processual Militar, que aconteceu no Rio de Janeiro e foi encerrado nesta sexta-feira.
Presidente da Comissão de Reforma do CPM (Código Penal Militar) formada no STM, que conta com representantes de diversos ramos do Direito, a magistrada falou sobre as alterações que serão propostas pela comissão. "Trata-se de uma unificação por pertinência temática. Tanto o crime militar quanto a infração disciplinar ferem os princípios basilares da hierarquia e da disciplina. A Justiça Militar da União detém o conhecimento técnico para processar ambos. Além disso, as justiças militares estaduais já julgam esse tipo de infração, o que cria uma jurisprudência dupla", justifica. Atualmente, a Justiça Federal é quem detém tal competência de julgar infrações disciplinares de militares das Forças Armadas.
Maria Elizabeth também falou sobre a possibilidade da transposição de leis extravagantes ao CPM, por meio de uma alteração do artigo 9º do diploma legal. Dessa forma, seria possível trazer a lei dos crimes hediondos e de crimes ambientais, por exemplo, para a legislação penal militar, sem a necessidade de se fazer alterações sucessivas no texto do Código.

Violência contra mulheres
A ministra ainda falou sobre a violência contra mulheres militares cometida por maridos ou companheiros também militares dentro do âmbito do lar. Ela ponderou que a participação feminina dentro das Forças Armadas vem aumentando, assim como as relações afetivas entre militares.
No âmbito do lar, a Lei Maria da Penha deveria ser aplicada - e não o CPM, como lesão corporal - e o foro declinado para a justiça comum. Estamos criando duas categorias de mulheres, já que a Lei Maria da Penha prevê punições muito mais rígidas contra os agressores", salientou a ministra.
As conclusões da Comissão de Reforma do Código Penal serão apresentadas ao Plenário do STM e posteriormente, enviadas como sugestão ao Congresso Nacional. A comissão que proporá mudanças ao Código de Processo Penal Militar será presidida pelo ministro Artur Vidigal de Oliveira.

Código Penal Militar preservado
Na quinta-feira (18/4), o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro José Muiños Piñeiro Filho falou sobre os trabalhos da comissão criada para elaborar o novo Código Penal Brasileiro. Depois da apresentação do anteprojeto, o Senado Federal criou uma comissão especial, que está no estágio de audiência públicas, com previsão de votação ainda no segundo semestre deste ano.
A comissão de notáveis escolhida para a revisão do Código preservou o Código Penal Militar, ao invés de incorporá-lo ao novo texto do código penal comum. O desembargador disse que a comissão chegou à conclusão de que a matéria militar é muito específica e que melhor seria ela ter um tratamento especial. "A vida militar, a vida castrense tem peculiaridades que a legislação comum não deve tocar, sob pena de se criar situações complicadas à simetria", afirmou.
Sobre uma possível extinção da Justiça Militar, o jurista diz ser inteiramente contra. "O que me parece é que a crítica que está sendo feita é sobre questões estruturais, de números de processos, ampliação ou não de tribunais. Isso a meu ver é periférico, como é para justiça federal e estadual". Segundo ele, a justiça militar tem que ter um tratamento diferenciado e privilegiado pela sua peculiaridade.
Última Instância/montedo.com

Arquivo do blog

Compartilhar no WhatsApp
Real Time Web Analytics