Atuação de militares de Santa Maria ajudou a dar prejuízo de cerca de R$ 5 milhões ao tráfico
Experiência que vem do Complexo da Maré
Foto: Rogério Barros / Divulgação |
Os cerca de 800 militares de Santa Maria, que atuaram na Operação São Francisco, no Rio de Janeiro, trabalharam durante 66 dias na missão de pacificação do Complexo da Maré, conjunto de 15 favelas cariocas. Mas além de atuar garantindo a paz e a segurança para as comunidades, no combate ao tráfico e a criminalidade, os militares ganharam experiência para melhorar o seu trabalho.
Além de atuar diariamente no patrulhamento das comunidades, revistas em veículos e pedestres e prisões em flagrantes, tarefas diferentes do cotidiano dos militares do exército, outras lições foram tomadas ao longo do trabalho e viraram bagagem, do Rio de Janeiro direto para Santa Maria. O comandante da 6ª Brigada de Infantaria Blindada, general Mauro Sinott Lopes, que comandou a operação durante os dois meses, explica que a maioria dos militares, que atuaram na Maré, devem ter uma outra missão no Haiti, ainda neste ano, e a experiência adquirida na Maré, certamente fará a diferença nas próximas missões.
_ Na nossa rotina, durante a operação, era comum um tenente, um sargento, um soldado entrando juntos, em alguma rua. Cada um fazia o seu trabalho, mas um tem que garantir a segurança do outro, isso nós chamamos de espírito de corpo, que é o compromisso com a vida do meu colega _ explica o general.
Com a presença dos2,4 mil militares nas comunidades, serviços como a coleta de lixo, as escolas ou até mesmo a ida de profissionais até as unidades de saúde foram garantidas.
A operação, que se iniciou em abril e deve continuar até 31 de outubro, mas agora sem a presença dos soldados de Santa Maria, já trouxe resultados para a população carioca. O comandante explica, que além de garantir os serviços públicos na localidade e mais tranquilidade para os moradores, o tráfico está enfraquecendo, ao longo das prisões e apreensões.
_ Falando por cima, no total de apreensões que fizemos, de drogas, armas e rádios, o prejuízo que demos para o tráfico deve ter sido de uns R$ 5 milhões _ ilustra o general.
Para Sinott, a operação enfraqueceu o tráfico:
_ Já não há mais pontos fixos de venda. E a venda precisa continuar para o negócio sobreviver. Com o enfraquecimento, as lideranças tendem a deixar a comunidade.
DIÁRIO DE SANTA MARIA/montedo.com