11 de outubro de 2012

A politização dos Militares

Avaliação dos resultados obtidos nessas eleições (1 prefeito e 13 vereadores)

Robson A.S.*
Como observador atento da questão da politização dos militares posso dizer que sua atuação foi dentro do esperado, podendo ser considerada como excelente. A politização de uma categoria não é algo que ocorre de maneira rápida, ainda mais em se tratando de militares.
Não podemos esquecer as lutas travadas ainda na década passada pelos organizadores da APEB e de outras instituições criadas por militares com o fim de defender seus interesses. As associações e os dirigentes, geralmente praças, foram atacados por todos os lados pelas instituições e até por alguns dos colegas. Uma das acusações mais freqüentes era que eles queriam se eleger, como se isso fosse algo ruim para a categoria.
Outra acusação, a que mais pesou na justiça, foi a que dizia que se tornariam sindicatos militares e haveria greves e mobilizações ilegais. Sabemos que essa nunca foi a intenção. Graças às associações e seus sites que muitos de nós fomos esclarecidos sobre nossos direitos e como responder legalmente em caso de abuso de autoridade, assédio moral etc.
Ainda na década passada alguns militares que se candidataram foram compulsoriamente transferidos para locais longínquos, muitos já conseguiram reverter a situação.
A politização da categoria está ocorrendo, e numa velocidade bem maior do que na verdade poderíamos supor, somente nessas eleições tivemos informação até agora que treze militares eleitos para vereadores e um para prefeito, fora o que não soubemos ainda. Confira aqui
Parabéns aos policiais militares que em várias cidades conseguiram eleger representantes. Foi um mais um passo para a valorização da categoria em nível nacional. Em Fortaleza elegeram um vereador que provavelmente será o presidente da Câmara por conta de sua expressiva votação e, segundo informações, em Palmas um representante policial é o vice-prefeito eleito.
Para os militares das Forças Armadas, há necessidade agora de, após o descanso dessa batalha, rever as estratégias e traçar os planos para as próximas eleições. No Rio de janeiro pelos votos obtidos pelos candidatos a vereador temos condição de eleger pelo menos um Deputado Federal. É necessário que sejamos humildes e pacientes, não adianta todo mundo querer se candidatar. Deve-se procurar chegar a um consenso sobre quem é o candidato mais apto a reunir a categoria.
Em Goiás parece que temos um candidato natural para Dep. Federal, que foi eleito com um número expressivo de votos, no Rio também temos um militar que recebeu mais de 3.000 votos, além dos outros que acumularam centenas de votos. Até um prefeito foi eleito entre os candidatos militares, no Piauí. Em outras cidades temos pessoas de expressão e cremos que poderá haver uma mobilização nacional em torno da proposta de eleger representantes nas próximas eleições. O que falta, e é urgente, é uma associação em nível nacional, mesmo que virtual, mas que atue racionalmente para congregar a categoria.
Devemos responder e desestimular qualquer comentário depreciativo em relação aos resultados alcançados e sobre a pretensão de construir uma representação política. A máquina eleitoreira é muito grande, temos que lembrar que não temos empresários, sindicatos e grandes associações que financiem nossas campanhas. São militares assalariados que aplicaram os próprios recursos tentando galgar um cargo político. Quantos de nós fizemos uma doação de campanha para algum deles? Olhando por esse prisma somente temos que parabenizar esses guerreiros que conseguiram expressiva votação, mesmo os não eleitos, pois fizeram com que renovássemos a fé de que em breve alcançaremos êxito nessa batalha.
*Sociólogo – Militar
Sociedade Militar/montedo.com

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