Damasco - Um militar brasileiro viajava em um comboio de observadores da Organização das Nações Unidas (ONU) atingido ontem por uma explosão no norte da Síria.
Os observadores estavam na cidade de Khan Sheikhoun, localizada entre Idlib e Hama.
Segundo opositores do regime de Bashar al Assad, apesar da presença dos observadores na região, forças sírias atacaram uma multidão que participava de um funeral na cidade.
O choque deixou ao menos 20 pessoas mortas, segundo a oposição. As mortes ocorreram apesar do acordo de cessar-fogo negociado pelo enviado da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan.
A ONU afirmou que quatro de seus veículos formavam um comboio na tarde de ontem. Três deles foram atingidos pela detonação de uma bomba improvisada instalada na estrada.
Nenhum observador militar se feriu no episódio, segundo outro observador brasileiro, o capitão de mar-e-guerra Alexandre Feitosa, do Departamento de Missões de Paz da ONU (que não estava no comboio).
"Não sei dizer em qual dos carros o brasileiro estava, mas amanhã (hoje) vamos apurar todos os detalhes", disse Feitosa.
Ahmad Fawzi, porta-voz de Kofi Annan, afirmou que uma patrulha foi mandada à região para resgatar os observadores.
O governo da Síria não comentou o episódio.
Foi a segunda vez em menos de uma semana que um comboio da ONU escapou de explosões de bombas na Síria.
O nome do militar que estava no comboio atingido ainda não foi divulgado pelas Nações Unidas. A organização pretende enviar um total de 300 observadores ao país.
O Brasil contribuirá com 11 militares - quatro da Marinha, quatro do Exército e três da Aeronáutica. O envio deles faz parte de uma política iniciada no governo Lula para aumentar a influência no Oriente Médio.
Diário do Nordeste/montedo.com