Feriado é marcado por confrontos entre ex-soldados e tropas da ONU no Haiti
Ramon Espinosa/Associated Press
Ex-soldados marcham em Porto Príncipe na sexta-feira pela restauração do exército |
O feriado prolongado no Haiti foi marcado por confrontos entre ex-soldados do antigo exército do país e tropas brasileiras que integram a Minustah - as forças de paz da ONU, que são comandadas militarmente pelo Brasil. A Minustah auxiliou uma operação da PNH (Polícia Nacional Haitiana) que resultou na prisão de cerca de 50 ex-militares.
Os ex-soldados aproveitaram as comemorações do feriado do dia da bandeira, na sexta-feira, para protestarem em todo o país pela volta do exército haitiano. Nos últimos meses, esses ex-militares voltaram a se reunir e a treinar com armas, pressionando o governo do presidente Michel Martelly. Eles haviam dado um prazo até a última sexta-feira para que o governo anunciasse planos para as forças Armadas.
Em uma forma de protesto, os militares foram as ruas em marchas cívicas na capital Porto Príncipe e outras três cidades do interior. Na capital, em frente ao Palácio Nacional, algumas centenas de ex-soldados, grande parte deles uniformizados e armados, atacaram os soldados brasileiros da Minustah, que faziam a segurança no local.
"Esse grupo atacou as tropas brasileiras, que responderam e contornaram a situação com armas não letais", informou o porta-voz da parte militar da missão, o americano Jim Hoeft. Segundo ele, não houve feridos.
A PNH aproveitou o momento de turbulência e, com a ajuda da Minustah, realizou uma operação na principal base ocupada pelos ex-soldados, em Camp Lamantin, em Carrefour, distrito na região de Porto Príncipe. O local era considerado o quartel-general dos ex-militares.
As forças de paz invadiram a antiga base militar. As estimativas iniciais apontam que cerca de 50 ex-soldados foram presos por porte irregular de armas.
A Minustah informou que vai manter as operações com check-points em diversos pontos da capital e distritos próximos, para aprender armas irregulares.
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