10 de maio de 2012

Operação Ágata fiscaliza embarcações no interior do AM

Maior operação militar na fronteira mobiliza mais de 8 mil homens e busca marcar a presença do Estado na região


ANTONIO XIMENES
Militares da Marinha estão fazendo uma verdadeira operação “pente fino” nas embarcações que trafegam pelo rio Negro (Bruno Kelly)
Lanchas patrulhas da Marinha abordaram embarcações no rio Negro durante a operação Ágata Quatro das Forças Armadas. “Nós fomos fiscalizados em todos os quesitos de segurança, documentação, transporte de cargas e passageiros. Passaram um pente fino em toda a embarcação”, disse o proprietário do barco Tanaka Neto 5, Armando Tanaka. A embaração estava nesta terça-feira (8) ancorada no porto Camanaus, em São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus).
A partir do navio Roraima, com 60 marinheiros e oficiais a bordo, as lanchas rápidas da Marinha, com oito tripulantes armados, se deslocam ao longo do rio Negro parando todas as embarcações que passam nas proximidades do porto Camanaus.
“Seria muito bom que a Marinha e as outras forças que estão nesta operação estivessem aqui mensalmente, porque a região vem enfrentando problemas que antes não havia (tráfico de drogas)”, disse o comandante do Tanaka Neto 5, Romildo Matos Godinho.
Além da abordagem nos rios, também as estradas locais estão sendo vigiadas pelos militares. Nesta terça (8), a Força Aérea Brasileira fez um bloqueio no caminho do porto Camanaus, onde os motoristas eram revistados sob a mira das metralhadores.
“A região está toda militarizada e nós estamos nos sentindo mais seguros”, disse o motorista Milson Ferreira Gomes, comerciante que foi abordado no bloqueio.
Mas se de um lado existe uma forte mobilização dos militares no momento, por outro ainda há muito a fazer para que a região de São Gabriel da Cachoeira se sinta plenamente segura, em função das investidas do narcotráfico. A Polícia Federal, por meio dos seus agentes de campo tem trabalhado na direção de coibir o crescente tráfico internacional de drogas na região da Cabeça do Cachorro, mas não tem sido suficiente. Os narcotraficantes têm se beneficiado da extensa malha de rios e afluentes e têm conseguido rotas alternativas para burlar a fiscalização, a exemplo do que vem acontecendo no Alto Solimões, onde a pouca quantidade de postos de fiscalização da Policia Federal nos rios, hoje há somente dois, não tem sido suficiente para aplacar a investida dos criminosos transnacionais.
Faltam helicópteros, aviões, barcos, agentes, militares em maior quantidade e recursos da União para impedir a ação dos criminosos internacionais. Mas a presença das Forças Armadas de forma conjunta com a presença da Polícia Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério da Defesa em grande escala, entre outros órgãos do Governo Federal, aponta para uma mudança no relacionamento das autoridades federais com uma das áreas mais isoladas da Amazônia, especialmente nas fronteiras com a Venezuela e as Guianas, onde em mais de 5.300 quilômetros ocorre a maior operação militar do ano, com 8.666 pessoas e a um custo que poderá chegar a R$ 15 milhões.
Combater o narcotráfico na fronteira, evitar o contrabando de armas e crimes transnacionais são algumas das principais funções do general de brigada Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira que assumiu nesta terça (8) o comando da 16ª Brigada de Infantaria de Selva (Brigada das Missões) em Tefé. Ele substitui o general de brigada Pedro Antonio Fioravante Silvestre Neto.
a crítica/montedo.com

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