2 de maio de 2012

Fuzileiros americanos abrem escola para treinar mulheres

Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA abre escola para treinar mulheres
Medida busca analisar como mulheres desempenham tarefas antes destinadas a homem e reflete regras do Pentágono para linha de frente feminina

James Dao
Foto: NYT - Fuzileiras navais revisam material antes de treinamento na Carolina do Sul
O Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos decidiu tomar as medidas necessárias para a integração de mulheres em unidades de combate, começando por abrir uma escola para oficiais de infantaria em Quantico, Virgínia, e colocando na reserva batalhões fechados para as mulheres.
Essas medidas, anunciadas pelo general James F. Amos, comandante dos Fuzileiros Navais, em uma mensagem a todos os fuzileiros navais destinam-se a estudar como as mulheres desempenham tarefas antes destinadas apenas a homens, além de refletir novas regras do Pentágono que permitem que mulheres sirvam mais perto da linha de frente.
A nova política do Pentágono continua a proibir que mulheres sirvam como soldados de infantaria, de operações especiais e outras posições de combate direto. Mas ela criou a possibilidade de milhares de novos empregos para as mulheres, que representam cerca de 15% da força.
O Exército, que como o Corpo de Fuzileiros Navais excluiu muitas mulheres de posições de grande exigência física e proximidade da batalha, também estuda formas de integrar as mulheres em unidades de combate.
Nos próximos meses, segundo Amos, os Fuzileiros Navais planejam integrar cerca de 40 mulheres a 19 batalhões de seis tipos: artilharia, tanques, assalto anfíbio, engenharia de combate, ações de combate e defesa aérea de baixa altitude. Os batalhões de infantaria, no entanto, permanecerão fechados para as mulheres.
Amos disse que o grupo inicial será formado por mulheres mais experientes no Corpo de Fuzileiros Navais: sargentos de artilharia, sargentos e oficiais de equipe, tenentes ou capitãs condecoradas. Médicas, paramédicas e enfermeiras de campo também poderiam ser indicadas para esses batalhões.
As mulheres servirão em especialidades nas quais já possuem formação - fornecimento de logística, comunicações, ou transporte a motor, mas não na coleta de informações de inteligência - e receberão tarefas assim que elas surgirem. Os trabalhos serão no nível de batalhão, um passo mais perto da linha de frente do que o permitido anteriormente, embora ainda não na linha de frente.
"Eu tentei abordar isso exatamente do jeito que o secretário quer que eu o faça: de maneira responsável e honesta", disse Amos na entrevista, referindo-se ao secretário de Defesa Leon E. Panetta. "Isso tem de ser medido, no comando."

Baixas
Embora as mulheres estejam proibidas tecnicamente de assumir papéis de combate, elas lutaram e morreram ao lado dos homens no Iraque e no Afeganistão, onde as forças americanas sofreram ataques de praticamente qualquer lugar. Mais de 140 mulheres morreram em ambos os conflitos.
O Corpo de Fuzileiros Navais é o setor das Forças Armadas mais dominado por homens, sendo que as cerca de 13,8 mil mulheres compõem apenas 7% da força total de 197.800 soldados. Alguns críticos dizem que a cultura de infantaria - percebida no lema "Cada fuzileiro é um atirador" - torna os Fuzileiros Navais mais resistentes às mulheres.
Greg Jacob, ex-oficial de infantaria dos Fuzileiros Navais que é diretor de políticas para o grupo de defesa Rede de Ação das Mulheres, disse estar preocupado que o corpo possa tentar usar os dados dos testes físicos para provar que as mulheres não são fortes o suficiente para a linha de frente.
Mas ele também elogiou algumas das novas medidas, dizendo que colocar mais mulheres na linha de frente ajudaria a avançar suas carreiras.
"Isso coloca as mulheres em uma posição que elas provavelmente entrarão em combate, o que no futuro será usado para determinar promoções", avaliou.
The New York Times/montedo.com

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