10 de maio de 2012

Simulação de operação anti-sequestro pelo Exército assusta moradores em Jundiaí

Exército faz treino contra sequestradores
Dezenas de pessoas que passavam pela avenida Antônio Pincinato nesta terça-feira acompanharam a atividade

ALINE PAGNAN
aline.pagnan@bomdiajundiai.com.br
Não é todo dia que se vê um caminhão cheio de soldados do Exército apontando armas contra homens que tentavam parar um veículo oficial. A cena, que muitos imaginavam ser real, era parte do treinamento realizado nesta terça-feira (8) na avenida Antonio Pincinato, próximo ao aeroporto de Jundiaí.
Muitos moradores do Eloy Chaves que passavam pelo local na hora do exercício chegaram a ficar assustados.
Apesar do uso de armas falsas pelos também falsos bandidos - feitas com pedaços de madeira, ferro e fitas - quem assistiu não sabia desses detalhes. Uma motorista que seguia logo atrás do carro do Exército chegou a tentar fugir do local. O motorista de um caminhão deu ré para evitar se ferir na suposta troca de tiros.
“Não tinha ideia do que estava acontecendo. Só deu tempo de correr e depois que notei a imprensa acompanhando”, explicou a estudante Monalisa França, 17 anos, que saia da Escola Técnica Benedito Storani e passava pela área da operação.

Treinamento
“A atividade visa simular a ação de terroristas tentando sequestrar uma autoridade, durante comboio do Exército”, explicou o sargento Venuzo, que comandava uma equipe do 28º BIL (Batalhão de Infantaria Leve), de Campinas.
Os homens deste grupamento se passavam por bandidos e não usavam uniforme do Exército. “Todos os anos são realizados estes exercícios quando misturamos tropas de vários batalhões, até mesmo para que a cena seja mais próxima do real e ninguém reconheça nenhum outro integrante”, explicou o tenente Palma, que também coordenou a atividade realizada ontem.

Atividades nos próximos dias
Até sexta-feira estão previstos vários trabalhos envolvendo os homens do Exército em Jundiaí. Entre as ações estão patrulhamento pelas ruas, abordagem de suspeitos e bloqueios. O exercício é promovido pela 2ª Divisão do Exército. Esse mesmo treinamento ocorre simultaneamente em outras 19 cidades do Estado, algumas próximas como Amparo, Bragança Paulista, Itatiba, Jarinu e Louveira. Nesta quarta-feira (9), as atividades ocorrem na praça da Matriz. Quem passar pelo local vai poder conferir exposição de materiais e vídeos. Haverá ainda atendimento médico e odontológico para a população.
400 integrantes do Exército estão acampados em Jundiaí.

Simulação em hangar conta com invasão e uso de força física
Após o exercício na avenida Antônio Pincinato, os soldados seguiram para um hangar no aeroporto de Jundiaí. A atividade simulava o cerco a um galpão onde bandidos escondiam material ilícito, enquanto o Exército cumpria mandado de busca e apreensão.
Segundo o coronel Gilson Passos de Oliveira, comandante do 2º Grupo de Artilharia Antiaérea de Praia Grande, o objetivo da atividade era levar a experiência aos novos integrantes do Exército. Ele comparou a atividade à ação realizada em morros do Rio de Janeiro, durante recentes ocupações de pacificação. “Os soldados são instruídos para operações assim e o exercício em campo ajuda a simular a vida real.”
A equipe antiaérea usou armas reais durante o exercício, mas todas estavam descarregadas.
A equipe que estava dentro do hangar e simulava ser composta por traficantes, gritava a todo momento com alertas de que haviam reféns, que alguém iria morrer e que não haveria rendição. Além disso, uma suposta bomba era usada para ameaçar os soldados.
Mesmo todos sabendo que não passava de uma simulação, a hora da invasão foi tensa e quem acompanhou o exercício ficou em silêncio total. Logo em seguida, os “traficantes” foram levados, um a um, para fora do local.
Bom Dia/montedo.com

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