9 de maio de 2011

GENERAL DEBATE PRESENÇA MILITAR DA AMAZÔNIA EM UNIVERSIDADE PAULISTA

Presença militar na Amazônia é debatida na PUC-SP
General Adhemar Machado Filho profere palestra a estudantes de Jornalismo e traça um panorama das ações do Exército na região

MARTA BARBOSA DOS SANTOS (*)

O general Adhemar da Costa Machado Filho, parceiro do Projeto Repórter do Futuro, proferiu a conferência inicial do módulo Amazônia na semana passada. No encontro, realizado no CCE/USP, os 25 estudantes de jornalismo participantes do curso, tiveram a oportunidade de fazer suas perguntas durante a coletiva feita após a exposição do general.
Com mais de 40 anos de carreira e atual Comandante do Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, o general focou sua palestra na formação militar e no trabalho destes na região da Amazônia. Explicou que este é um território gigantesco e de difícil acesso e locomoção, por isso os militares indígenas auxiliam os demais a conhecer a topografia da área, que equivale a mais da metade do território brasileiro. “O Exército é a instituição que mais conhece o Brasil” disse o general.
Logo nos primeiros minutos de exposição o general mostrou uma característica que poucos apontariam na descrição de um militar e que surpreendeu a todos: o humor. Para ilustrar o lema do Exército “você pode não nos ver, mas nós estamos sempre presentes”, relembrou que certa vez um amigo chegou tarde em casa, e ao encontrar a esposa irritada com sua demora, usou este lema como desculpa, afirmando que, na verdade, estava sempre presente.
Até os anos de 1970 a prioridade de defesa das fronteiras brasileiras era nas regiões Centro-Oeste e Sul, onde havia mais conflitos armados. Apenas a partir daí a Amazônia começou a receber unidades do exército. Hoje, o general afirma que “não há um militar de carreira (no Exército), que não tenha passado pela Amazônia”. Nos próximos anos o número de militares na Amazônia deve chegar a 30 mil.

Proteção e defesa da Amazônia
A região faz fronteira com a maioria dos países da América do Sul (sete ao total), mas segundo o general, a convivência com os outros exércitos é muito pacífica. “Eles respeitam e admiram o Brasil”, tem “consciência de que o brasileiro é um povo de boa índole”. Para manter as boas relações o Itamaraty realiza visitas desses exércitos aos quartéis brasileiros, mostrando que eles não devem temer o Brasil.
A aposta do Exército para aperfeiçoar o monitoramento, a proteção e defesa da Amazônia é o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras), que agrega meios de defender o território brasileiro. Segundo o general o “Exército tem que se modernizar”, necessita de equipamentos modernos, como lanchas, satélites e veículos que facilitem a locomoção no terreno da Amazônia. O exército precisa estar “na altura que o Brasil é visto hoje no mundo. Tem que ter diplomacia, mas com respaldo militar”.
Mas as operações do Exército na região Amazônica não são apenas de policiamento, como explicou o general Adhemar. “A engenharia militar também está sendo muito requisitada”, na construção de estradas e aeroportos, por exemplo. Além disso, eles levam assistência médica, auxiliam nas campanhas de vacinação e até mesmo contribuem para a alfabetização de moradores das comunidades mais isoladas. Eles também garantem que essas pessoas tenham a oportunidade de participar das eleições, levando urnas até tais comunidades.
(*) Estudante de Jornalismo da PUC/SP e participa do curso “Repórter do Futuro”, módulo "Descobrindo a Amazônia".
AGÊNCIA AMAZÔNIA DE  NOTÍCIAS

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