15 de maio de 2012

Exército Brasileiro realiza teste de segurança em 4G com Motorola

Iniciativa demandou investimento de US$ 2 milhões e está sendo conduzida na faixa 700 MHz. Exército reivindica, junto à Anatel, banda de 20 MHz na frequência para aprimorar proteção ao cidadão em todo o Brasil.

DÉBORAH OLIVEIRA (*)
O Exército Brasileiro vai iniciar, em Brasília (DF), em parceria com a Motorola, testes para melhorar a segurança na região a partir de soluções que utilizam rede LTE, ou 4G, banda larga móvel de alta velocidade. Viaturas do órgão foram equipadas com handhelds, dispositivos móveis, tablets e câmeras da fabricante para passar, em tempo real, informações não só de voz, mas de dados sobre ocorrências na cidade.
Para dar suporte a operações de missão crítica [catástrofe, crimes e outras], foram instalados na capital federal três sítios com área de cobertura do Plano Piloto, da Esplanada dos Ministérios ao Centro de Comunicações a Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX), mas a infraestrutura poderá ser usada por outras entidades de segurança locais. O projeto-piloto, que demandou investimento da Motorola da ordem de 2 milhões de dólares, está sendo conduzido na faixa 700 MHz e consumirá cerca de seis meses, inicialmente.
“Nosso objetivo é promover mobilidade em deslocamento. Vamos fornecer, por exemplo, para a equipe em campo vídeos em tempo real de ocorrências. Buscamos melhorar e capacitar as forças para o combate eficaz de criminosos”, explicou Eduardo Stefano, presidente da Motorola Solutions Brasil, durante o anúncio dos testes hoje (15/5) na capital federal.
De acordo com ele, todo o aparato tecnológico vai permitir que o agente de segurança tenha informações mais precisas sobre a ocorrência, possibilitando atuação mais efetiva. Enquanto isso, um time no Centro de Comando no CCOMGEX auxiliará a ação. “Antes mesmo de chegar em um local, o profissional pode acessar por meio do handheld um vídeo com imagens do local e se planejar antecipadamente”, exemplifica. Até, então, prossegue, o exército tinha acesso a informações de voz. “Agora, o alcance foi ampliado”, completa.
É possível ainda identificar, via georeferenciamento, se existem outras viaturas próximas e pedir reforço, assinala, e efetuar identificação via biometria de suspeitos a partir de um dispositivo móvel desenvolvido pela Motorola para operar em LTE, o LEX 700. Câmeras fixas também poderão ajudar na ação. Até mesmo uma câmera instalada em um helicóptero de uma rede de televisão será peça importante na estrutura de segurança.
Segundo o executivo, as tecnologias da Motorola possuem criptografia, provida pela Ericsson, o que garante a segurança da operação. Ainda assim, completa, em caso de invasão do sistema é possível desabilitar o sistema, impedindo o acesso aos dados.
As plataformas da Motorola, de acordo com Stefano, têm ainda interoperabilidade entre redes de radiocomunicação, como P25 e Tetra, o que garante que elas estejam em linha com sistemas legados. O Exército, por exemplo, conta com estrutura analógica e consegue realizar o casamento dos dois mundos.
Em testes realizados no órgão de Brasília, um carro em movimento equipado com câmeras registrou imagens pelas ruas da cidade, que foram transmitidas em tempo real para uma tela da sala de monitoramento.
O general Santos Guerra, comandante de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército Brasileiro, explica por o órgão ter papel crítico na sociedade contar com soluções que auxiliem e aprimorem o trabalho do órgão é vital. “Além disso, queremos estar presentes em todas as capitais que vão sediar os grandes eventos esportivos [Copa do Mundo, Olímpiadas] e, sem dúvida, o LTE vai mostrar resultados eficazes em missões críticas de segurança como essas”, aponta.
Em um primeiro momento, o Exército vai usar cinco handhelds para fazer os testes e o Centro de Comando deverá reunir de duas a três pessoas para auxiliar na operação. “Queremos primeiro provar a eficiência da tecnologia e depois ampliar o uso. Até porque, temos o desfio do leilão da faixa que usamos”, observa Stefano.
Guerra indica que o Exército Brasileiro solicitou autorização à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para usar a faixa 700 MHz para os testes, mas que está reivindicando uma banda de 20 MHz na frequência para aprimorar a segurança pública em todo o País. “É uma faixa disputada e esperamos obter a autorização no curto prazo, já que é uma solução crítica que vai ser usada não só em eventos”, diz. Sobre o possível uso da faixa 2,5 GHz, ele esclarece: “Não está em nosso objetivo testar a frequência comercial”.
Além de Brasília, no momento, a Motorola Solutions conta com três projetos comerciais de soluções, em redes LTE, em fase de implementação nos Estados Unidos, nas cidades de São Francisco (Califórnia), Harris County (Texas) e no estado de Mississipi. De acordo com Stefano, há ainda testes semelhantes em andamento em Israel, Hong Kong, Austrália e Abu Dabi.
O presidente da Motorola Solutions não descartou a possibilidade de levar o programa para outras cidades e até países vizinhos. “Temos presença em mais de 16 estados em solo nacional com tecnologia de segurança de voz. Consideramos outros testes”, diz, sem, no entanto, revelar mais detalhes. “Eliminar desafios de segurança pública é desafio em qualquer país. Vamos provar que a tecnologia vai contribuir para isso. Espero que seja possível influenciar outras regiões”, finaliza.
* A jornalista viajou a Brasília a convite da Motorola
Computerworld/montedo.com

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