Major americana diz ter sido maltratada por causa de seu sexo
Primeira mulher a comandar Escola de Sargentos de Elite, Teresa King recebeu críticas por regras rígidas e foi investigada
James Dao
Quando a major Teresa L. King foi escolhida a primeira mulher comandante da Escola de Sargentos de Elite do Exército em 2009, os defensores da igualdade de generos nas Forças Armadas aclamaram a notícia como uma mudança de paradigma.
Mas não demorou muito e as reclamações começaram. Estudantes reprovados na escola reclamaram de normas injustas importas pela major. Alguns de seus próprios instrutores afirmaram que ela aplica regras rigidamente antiquadas.
Foto: NYT - Sargento Maior Teresa King fala a estudantes militares em Fort Jackson, na Carolina do Sul
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Conservadores de todo o serviço militar perguntaram: Como poderia uma mulher sem experiência no campo de batalha gerenciar a única escola do Exército especializada em treinar as pessoas responsáveis por preparar os recrutas para a guerra?
Ela diz que tentou ignorar as críticas, mas seus superiores não. Em novembro, eles suspenderam King e abriram uma investigação sobre o que disseram ser um ambiente "tóxico" implementado por ela na escola. Enquanto essa revisão se arrastava, ela disse que se sentia como uma criminosa.
Mas ela decidiu contra-atacar, entrando com uma reclamação contra seus supervisores no Exército afirmando que foi maltratado por ser mulher. E solicitou uma investigação do Congresso.
Quatro dias depois, o Exército a restabeleceu, dizendo que as acusações contra ela - incluindo uma de que ela abusou do seu poder - não puderam ser fundamentadas.
Reclamação
Agora, apenas uma semana antes do final programado de seu turno como comandante da escola localizada em Fort Jackson, e três meses antes de sua aposentadoria compulsória, King, 50 anos, deixou claro que não está pronta para partir sem expor a situação.
Em entrevista na semana passada, ela revelou o que descreveu como uma campanha de um ano realizada por dois superiores - um sargento major baseado na Virgínia e seu chefe, um major general - para minar sua autoridade e incentivar seus instrutores para que se voltassem contra ela.
"O Exército era a minha vida", disse ela. "E esse líderes quase me destruíram."
O supervisor direto de King, o major general John R. Calpena, não quis comentar a questão. O general Richard C.Longo, ex-chefe de treinamento do Exército, agora no Afeganistão, recusou-se a ser entrevistado, citando as medidas legais tomadas por King.
Em seus primeiros meses, King foi pressionada por seu comandante na época, o tenente Mark P.Hertling, para fazer cumprir metodicamente normas básicas, coisas que iam da gordura corporal ao manuseio de fuzil e que ele acreditava estarem fora de controle.
Mas logo que Hertling foi transferido para se tornar chefe das Forças do Exército na Europa, no início de 2011, as coisas mudaram.
"Era como uma caça ao pato", disse o sargento major Robert Maggard, vice de King e seu mais ferrenho defensor.
iG (NYT)/montedo.com
Corrigindo o texto:
King não é uma major e sim uma sargento maior (Sergeant Major) do Exército Americano