Vicente Nunes
O Palácio do Planalto sabe que não será fácil, que a resistência será grande, mas está disposto a incluir, mesmo que de forma restrita, os militares na reforma da Previdência. Na avaliação de auxiliares do presidente Michel Temer, não há como mexer com as regras de todos os trabalhadores e deixar de fora dos militares, ainda que todos reconheçam o caráter diferencial da categoria.
Técnicos do governo já se reuniram com representantes de militares por diversas vezes, e sempre o discurso foi mesmo do lado da caserna: não há porque mexer no sistema atual de aposentadorias e de pensões. O governo, porém, diz que, do jeito que está, o sistema é insustentável, com deficit anual superior a R$ 32 bilhões, rombo bancado, integralmente, pelo Tesouro Nacional.
A meta do governo é fazer alguma alteração na concessão dos benefícios, como, por exemplo, atrasar em cinco anos a ida dos militares para a reserva, de 30 para 35 anos. Também há disposição do governo em mexer nos benefícios concedidos às filhas de militares. As regras para que elas recebam pensões mesmo depois de adultas ficaram bem restritas desde 2001. Mas há brechas que o governo quer fechar.
É possível que projeto de reforma da Previdência que o governo quer enviar ao Congresso pouco depois das eleições municipais seja apresentado entre hoje e amanhã a Temer.
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