Em seu artigo 'Uma presidente fora de si', publicado na edição desta sexta-feira da revista Isto É, os jornalistas Sérgio Pardellas e Débora Bergamasco relatam o desequilíbrio emocional de Dilma Rousseff, ante a iminência de perder o mandato. Segundo Isto É, a presidente, cuja grosseria é notória, tem extrapolado nesses dias de tensão pré-impeachment. Que o digam os pilotos da FAB que servem à Presidência. Leia o trecho da reportagem que relata o mau humor presidencial nos ares:
Em recente viagem a bordo do avião presidencial, um Airbus A319, tripulantes e passageiros ficaram estupefatos com outro surto de Dilma. Depois de uma forte turbulência, a presidente invadiu a cabine do piloto aos berros: “Você está maluco? Vai se f...! É a presidente que está aqui. O que está acontecendo?”, vociferou. Não seria a primeira vez que Dilma perdia o equilíbrio durante um vôo oficial. No final de janeiro, o avião da presidente despencou 100 metros, enquanto passava pela região entre a floresta Amazônica e o Acre. O piloto preparava-se para pousar em Quito, no Equador. Devido ao tranco mais brusco, Marco Aurélio Garcia, assessor especial, acabou banhado de vinho e uma ajudante de ordens bateu levemente com a cabeça no teto da aeronave. Copos e pratos foram ao chão, mas ninguém se machucou. A presidente saiu de si. Na sequência do incidente, tratou de cobrar satisfações do piloto. Aos gritos. “Não te falei para não pegar esse trajeto? Quer que eu morra de susto, cace...?”. Os desvarios de Dilma durante os vôos já lhe renderam uma reclamação formal. Em carta, a Aeronáutica pediu para que a presidente não formulasse tantas perguntas sobre trajetos e condições climáticas nem adentrasse repentinamente às cabines para não tirar a concentração dos pilotos. A presidente não demonstra paciência nem mesmo para esperar o avião presidencial seguir o procedimento usual de taxiamento. Um de seus assessores lembra que, certa feita, Dilma chegou a determinar à Aeronáutica que reservasse uma pista exclusiva para a decolagem de sua aeronave. Com isso, outros aviões na dianteira tiveram de esperar na fila por horas.
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O Brigadeiro e o STM.
O camelo que engolia sapos
Ouvir desaforos da presidente pode ter suas compensações. Que o diga o Tenente-Brigadeiro Joseli Camelo Parente, comandante do avião presidencial durante doze anos, desde o primeiro mandato de Lula. Em 2003, quando assumiu a função, Camelo era coronel aviador. Sem exercer nenhum cargo privativo de oficial general, chegou sem sustos a quarta estrela.
Até chegar ao topo da carreira, sujeitou-se mansamente aos caprichos da mandatária, que costumava irromper na cabine aos gritos a cada turbulência. "Joseli, por que o avião está sacudindo?"; "Joseli, que curva é essa?"; "Joseli, eu não quero ir mais rápido se for para passar por turbulência"; essas expressões de Dilma renderam-lhe o apelido de "Marechala do Ar", por interferir, com sua notória sutileza, nos planos de voo do comandante do Boeing presidencial. O brigadeiro esteve cotado para comandar a Aeronáutica em substituição a Juniti Saito, no segundo mandato de Dilma. Preterido, ganhou como prêmio de consolação uma vaga de ministro do STM.