Pai disse que Guillermo está se comunicando através de piscadas dos olhos.
Apesar da evolução, médicos no AM dizem que estado dele ainda é grave.
Suelen Gonçalves
Do G1 AM

Conforme o pai de Guillermo, Saumir Portugal, o filho de 24 anos, tem se comunicado com a mãe e os médicos por piscadas dos olhos. "Ele abriu os olhos e a gente tá conseguindo se comunicar com ele por piscar de olhos. A gente pergunta as coisas e ele responde sim ou não piscando. Segundo os médicos, o estado ainda é grave, mas para a gente é uma vitória. Depois de 43 dias em coma isso já é um caminhar", avalia.
Saumir ressalta que o filho está com um tubo de traqueostomia e não tem previsão de retirada, porém, responde ao tratamento e tem apresentado melhoras gradativas.
"Ele ainda tá com os pulmões muito comprometidos, mas tá drenando bem. O cirurgião ia abrir um acesso para fazer uma lavagem mas não foi preciso porque o dreno tá puncionado bem, então, estão aguardando. Ele continua com a traqueostomia, depedendo de ventilação. As diálises pararam há três dias, o que é outra vitória", afirma o pai.
De acordo com a família, os médicos conversaram bastante com Guillermo, explicando que ele tem que ficar calmo e ser paciente. O jovem tem ainda um edema cerebral - inchaço de região do cérebro, porém o neurologista teria informado que isso não deve deixá-lo com sequelas, e atualmente a prioridade são os pulmões.
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Entenda o caso

De acordo com o pai do tenente, Saumir Portugal, o filho foi diagnosticado com traumatismo craniano e rabdomiólise - doença que atinge músculos e pode causar insuficiência renal.
Uma carta assinada pelo comando da Marinha foi entregue aos pais do tenente. Segundo o documento, o oficial começou a passar mal por volta das 16h do dia 30 de setembro, mas só deu entrada no hospital após cerca de 7 horas. Ele apresentou convulsões às 17h15. A aeronave decolou para o resgate às 19h50, mas precisou reabastecer. A área onde o tenente passou mal é de difícil acesso. Guillermo foi içado da mata para o helicóptero às 22h40. Segundo o documento, ele deu entrada na emergência do hospital militar às 23h15.
"O pessoal do Exército que o recebeu diz que ele chegou num estado lastimável. Foi o termo deles. Ele não pôde ser levado ao CTI, precisou, antes, ficar um tempão na emergência para ser higienizado, e disseram que a expectativa dele era nenhuma, que teria que chamar um padre", afirma Saumir.
A Marinha informou, por meio de nota, que "lamenta profundamente o ocorrido e, desde o dia 30 de setembro de 2015, vem prestando o apoio necessário ao Tenente Portugal e à sua família, que se encontra em Manaus. As informações disponíveis foram fornecidas à família".
A nota cita ainda que foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias do ocorrido durante o curso. A investigação tem prazo máximo de 60 dias para ser concluída.
Para o pai do tenente é preciso garantir a segurança dos militares que participam do treinamento na selva. "Agora, não havia médico nenhum com eles lá na manobra. É um curso altamente agressivo", finaliza.
G1/montedo.com