Preso da Lava Jato ameaçou 'meter bala' em agentes, relata PF
Ex-presidente da Eletronuclear se recusava a abrir a porta, diz relatório.
Othon Silva está preso. G1 tentou falar com advogado, mas não conseguiu.
Da TV Globo, em Brasília
Relatório da equipe da Polícia Federal que no último dia 28 prendeu o ex-diretor-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, na casa dele, no Rio de Janeiro, informou que se deparou com reações agressivas e ameaças.
Othon Silva é vice-almirante da Marinha, posto mais alto para engenheiros navais na corporação. Investigações da Operação Lava Jato encontraram indícios de pagamentos de propina para ele feitos por um consórcio de empreiteiras. Nesta quinta-feira (6), o ex-presidente da Eletronuclear teve a prisão temporária convertida em preventiva (sem prazo) pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância da Justiça.
Segundo o relatório da PF, ao receber os agentes, Othon Silva inicialmente se recusou a abrir a porta. Ele foi informado de que, caso a porta não fosse aberta, seria arrombada.
De acordo com o relatório feito pela equipe, “muito irritado, o senhor Othon Luiz Pinheiro da Silva disse ser um vice-almirante da Marinha, que exigia ser tratado com respeito, pois é uma autoridade”.
Ao ouvir da PF, pela segunda vez, que a porta seria arrombada, ele fez ameaças, segundo o relatório: “Othon Luiz Pinheiro da Silva asseverou que se a porta fosse arrombada iria 'meter bala em todos'”.
Um dos policiais deu dois chutes na porta. Nesse momento, Othon Luiz decidiu abri-la. A equipe que cumpriu o mandado contou que ele foi imobilizado e algemado, “gritando que não podíamos agir daquela forma, que ele é um vice-almirante da Marinha e que deveria haver no mínimo um vice-almirante da Marinha no local”.
O G1 fez contato por telefone com o escritório no Rio de Janeiro do advogado Helton Marcio Pinto, que representa Othon Pinheiro da Silva, mas não havia conseguido falar com ele até a última atualização desta reportagem.
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Armas de fogo e dinheiro
Durante o cumprimento do mandado de prisão foram encontradas seis armas de fogo, segundo a PF. Em uma gaveta do escritório havia R$ 20 mil em dinheiro e, em uma mala, outros R$ 25 mil em dinheiro.
“Questionado sobre o motivo de guardar essa quantia, ele informou que os R$ 20.000,00 eram para emergências, vez que já havia tido problemas com greves bancárias, e que os cerca de R$ 25.000,00 eram para pagamentos de despesas com empregados”, diz o relatório.
G1/montedo.com