Mais 3 são indiciados pelo uso de caminhão do Exército no tráfico de drogas
Militares usaram caminhão militar para traficar 3 toneladas de maconha

Celso Bejarano
O MPM (Ministério Público Militar) indiciou até agora seis militares – três deles estão presos – do 20º Regimento de Cavalaria Blindado, tido como unidade de elite do Exército Brasileiro, situado em Campo Grande, pelo furto de um caminhão que saiu de dentro do quartel e foi apreendido em Campinas (SP) com três toneladas de maconha.

Pelo apurado até agora, o caminhão saiu do quartel cuja sede fica na Avenida Presidente Vargas, região bairro Santo Amaro, em Campo Grande, seguido até Ponta Porã, onde foi feito o carregamento da droga e ido para Campinas.
Os três indiciados agora podem ser incriminados por terem facilitado a saída do caminhão militar, avaliado em R$ 250 mil.
MAIS PRISÕES
O promotor de Justiça Militar Nelson Lacava Filho é quem conduz a investigação. Ele limitou-se a dizer ao Midiamax que o desfecho do inquérito deva ser anunciado daqui uns 15 dias, mas que o prazo pode ser esticado caso a investigação exija novas diligências.
Lacava Filho não descartou a hipótese de pedir outras prisões. “Não é comum ter bandido no Exército, que costuma cortar a própria carne para proteger a instituição. Infelizmente, ocorreu este caso”, disse promotor militar.
Lacava Filho acha improvável que o caminhão que transportou a droga tenha sido retirado do quartel sem que para isso o trio detido tenha recebido ajuda de outros militares.
A assessoria de imprensa do Comando Militar do Oeste, em Campo Grande, informou que os três novos indiciados continuam exercendo suas funções até o manifesto da Justiça Militar.
No caso, a Força Armada vai aguardar a conclusão do inquérito e a definição da corte militar, que deve acatar ou não a denúncia do MPM.
Dois cabos e um sargento são os novos indiciados: Fidélis Rossi Oliveira, Lucas Gabriel Cavalcante Ferreira (cabos) e Leydson da Silva Cotrim (terceiro sargento).
Estes três foram indicados, até agora, têm sido investigados por peculato-furto, crime que pode motivar pena de três a 15 anos de prisão.
O promotor militar disse que, além desta apuração, os seis militares envolvidos no esquema podem responder também pelo tráfico internacional de droga. Se condenados, a pena dos militares pode dobrar.
O CASO

Comunicado emitido pela Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico), e a 5ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Entorpecentes e a Polícia Civil, de Campinas, informou que investigava há pelo menos três meses eventual envio de carregamento de droga que chegaria à cidade paulista.
Um dia antes (27), no sábado à noite, os investigadores do caso fizeram campana perto de uma empresa desativada. Havia no local movimentação de veículos. Assim que perceberam os policiais, os militares do Exército tentaram sair do local conduzindo o caminhão do 20º RCB.
A prisão ocorreu na rodovia SP-101. Os cabos seguiam pela estrada na contramão e trocaram tiros com a polícia, segundo a nota divulgada pela Denar. A maconha estava camuflada na carroceria do veículo, dentro de bolsas de viagem.
Os cabos Maycon e Higor Abdala foram detidos fardados, dentro do caminhão. Já o cabo Simão Raul, baleado, escapou e foi detido logo pela manhã de domingo, em Cordeirópolis, ferido, e logo levado para um hospital de Limeira, cidade 50 quilômetros distante de Campinas.
Ainda segundo o Denar, no dia da operação, a polícia prendeu dois civis que, em carros separados tentaram escapar do cerco policial, perto do estacionamento da empresa desativada, em Campinas. A polícia paulista acredita mais duas pessoas ligadas aos civis estejam foragidas.
MIDIAMAX/montedo.com