23 de novembro de 2016

É 'desserviço à democracia', diz Comandante do Exército sobre tese de intervenção militar

Comandante do Exército critica na Câmara tese de intervenção militar
É 'desserviço à democracia', afirmou na Câmara general Villas Bôas.
Na semana passada, grupo invadiu plenário da Câmara e pediu intervenção.
Do G1, em Brasília
O comandante-geral do Exército, general Eduardo Villas Bôas, classificou nesta terça-feira (22) como "absolutamente lamentável" a tese defendida por alguns grupos na sociedade de uma intervenção militar no Brasil. Para o general, a atuação desses grupos é "um enorme desserviço à democracia”.
Na semana passada, manifestantes que defendem uma intervenção militar no país invadiram o plenário da Câmara dos Deputados. Eles gritaram palavras de ordem como “general aqui” e pediram a presença de representantes das Forças Armadas para que liberassem o espaço. O pedido não foi atendido, e todos foram detidos e levados para a Polícia Federal.
“Acho absolutamente lamentável, um enorme desserviço à democracia. O Brasil é um país moderno, com instituições funcionando, um sistema de pesos e contrapesos que dispensa esse tipo de atitude e dispensa a sociedade brasileira de ser tutelada”, afirmou.
O general participou de audiência pública na Câmara dos Deputados junto com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e os comandantes da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira; da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato; e o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante Ademir Sobrinho.
Para Villas Bôas, o fato de o movimento ser difuso é motivo de preocupação. “Isso nos preocupa, porque acaba gerando instabilidade e nós consideramos prioridade a manutenção da estabilidade para que as instituições, em nome da sociedade, encontrem os caminhos para sair da crise que estamos vivendo”, argumentou.
O comandante do Exército brasileiro descartou qualquer tipo de influência desses movimentos no meio militar.
“A sociedade pode ficar tranquila porque isso não afeta absolutamente as Forças Armadas. Não há nenhuma identificação das Forças Armadas com esse tipo de movimentação”, afirmou.
G1/montedo.com

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