O ministro da Defesa, Raul Jungmann, pediu aos deputados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional que atuem para que os 12 principais projetos da pasta tenham recursos assegurados no Orçamento. São submarinos, caças, blindados e outros projetos que têm custo total estimado de R$ 122 bilhões. Já foram gastos até agora, ao longo dos últimos anos, apenas R$ 27 bilhões.
O projeto mais caro é a modernização tecnológica do blindado guarani com custo de R$ 20,8 bilhões. Foram gastos apenas R$ 400 milhões até hoje.
O Orçamento anual total do ministério é de R$ 90,8 bilhões.
Jungmann explicou que o País tem hoje uma sensação de que não será atingido por nenhum perigo externo. No entanto, afirmou, isso pode mudar, principalmente na área do Atlântico onde estão as reservas petrolíferas. “A manutenção da nossa soberania depende de nossa capacidade de Defesa”, disse.
Entre as ameaças presentes, ele citou: dependência tecnológica, escassez de recursos naturais, terrorismo, segurança pública em alguns estados, hostilidades contra cidadãos no exterior, insuficiente capacidade operacional das Forças Armadas, sistemas de informação críticos, catástrofes naturais e pandemias, instabilidades políticas na América do Sul e a militarização do Atlântico Sul.
Em relação à América do Sul, Jungmann disse que os casos de Aids e malária na fronteira amazônica estão aumentando por causa da crise na Venezuela.
Documentos
Jungmann disse que já foram enviadas ao Congresso as atualizações dos três documentos que orientam a Defesa: a Política Nacional de Defesa (o que fazer), o Livro Branco de Defesa Nacional (programas), Estratégia Nacional de Defesa (como fazer).
Segundo ele, os principais conceitos do setor são defesa, desenvolvimento, diplomacia e democracia. A estratégia é baseada na dissuasão de eventuais ameaças e na cooperação. Jungmann ainda afirmou que a linha de atuação da Defesa brasileira é o smart power, que seria uma combinação do hard power (força bruta) com o soft power (inteligência). Como setores estratégicos da Defesa, o ministro citou o espacial, o cibernético e o nuclear.
Jungmann anunciou que na semana que vem ele vai até à França receber um satélite brasileiro que será destinado para uso militar (30%) e para banda larga. O satélite será lançado em março de 2017 na Guiana Francesa.
Agência Câmara/montedo.com