24 de janeiro de 2017

Sargento do Exército que perdeu a perna no ES vê no caratê uma forma de recomeço

Ele busca uma prótese ideal, que pode custar até R$ 30 mil.
Júlio de Almeida sofreu acidente em 2013 e teve que amputar perna.

Sargente pede prótese para lutar karatê (Foto: Carlos Alberto Silva/ A Gazeta)Katilaine Chagas
A rotina do sargento do exército Júlio Antônio de Almeida, de 43 anos, era agitada: praticava caratê, dava cursos, viajava, era mecânico de armamento do 38º Batalhão de Infantaria, em Vila Velha, na Grande Vitória, e ainda corria 20 quilômetros por dia. “Eu fazia muita coisa, mas de uma hora para outra, a luz se apagou”, relata.
Júlio se refere ao acidente que o fez ter a perna esquerda amputada, em 5 de julho de 2013, em Cariacica, na Grande Vitória.
Um mês antes, ele tinha viajado de moto para São Paulo. Uma viagem tranquila, como Júlio definiu. Mas num trajeto bem menor que esse, numa ida a um Faça-Fácil com o filho, então com 13 anos, para tirar o primeiro documento de identidade do menino, ambos foram atropelados por uma carreta, na BR-262, em Jardim América, Cariacica.
Ele ficou dois meses em coma e, desde então, lida com uma depressão, abrandada nos últimos tempos com o retorno às lutas de caratê. “Fazia quatro anos que não me alongava, que não fazia abdominais nem flexões. Estou muito animado e muito grato”, disse sobre o seu retorno.
O recomeço veio com o simples envio de um vídeo, pelo amigo sansei Andrey Xavier, de um senhor chamado John Libutti lutando com destreza caratê, mesmo com uma das pernas amputadas.

Recuperação
Hoje, a prática dele no caratê só não é mais extensa porque a prótese que utiliza está longe de ser a ideal para lutar, como a do senhor do vídeo. O problema é que a prótese adequada, ele estima, deve custar de R$ 20 a R$ 30 mil.
“Até hoje, nós temos sido muito abençoados. Todas as pessoas que passaram pela minha vida nos trataram muito bem. Se fosse abençoado por alguém que cedesse o material, renderia muito mais. Quero retomar minha felicidade”, disse Júlio.

O caratê não foi a primeira atividade tentada por Júlio. Ele já havia participado da equipe paralímpica de tiro em 2015. Participou inclusive da Copa Brasil. “Apesar das viagens, isso não me trazia alegria. Eu me sentia muito triste, muito acuado”, cita Júlio, sobre alguns dos efeitos da depressão.
Atualmente, ele lida com a doença psiquiátrica com a retomada das atividades de caratê e com o apoio da família e da mulher, Juliana. “Sem ela seria tudo muito complicado. É ela quem cuida de mim e do João”, reconhece.
O filho dele, João Pedro, hoje com 17 anos, também se recupera do acidente, que lhe deixou sequelas em uma das pernas. “O furacão passou, mas os ventos continuam soprando”, disse.
Ele reforça também a influência da religião na recuperação. “Sou mórmon. O hino da nossa igreja diz ‘não te canses de lutar’. Então não posso me cansar de lutar. Minha fortaleza é minha religião”, afirmou.
G1/montedo.com

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