
"Ligado aos setores mais nacionalistas do Exército, integrou um grupo de oficiais que apoiou a indicação do general Albuquerque Lima para suceder o general Artur da Costa e Silva (1967-1969), na presidência da República. O objetivo do grupo era evitar a indicação do general Emílio Garrastazu Médici, que, no entanto, acabou sendo eleito pelo Congresso Nacional a 25 de outubro de 1969", diz um trecho do verbete.
Ainda conforme o Cpdoc, Lucena era próximo do general Ernesto Geisel, presidente de 1974 a 1979. Ao assumir o cargo de ministro do Exército, em meio à crise que culminou com o impeachment de Collor, o general teria atuado para evitar uma intervenção dos militares. "Em junho de 1993, rebateu as declarações do deputado federal e capitão da reserva Jair Bolsonaro favoráveis ao fechamento do Congresso e à volta do regime de exceção, garantindo o apoio do Exército ao governo", diz o verbete do Cpdoc.
No primeiro governo Fernando Henrique, atuou também para segurar a oposição dos setores mais conservadores das Forças Armadas a medidas como a aprovação da Lei dos Desaparecidos Políticos, que concedeu atestados de óbito a desaparecidos políticos durante a ditadura militar e previa o pagamento de indenizações às famílias das vítimas. Segundo o Cpdoc, Lucena lançou uma nota em agosto de 1995 afirmando que a indenização era uma decisão exclusiva do presidente da República.
O general Zenildo deixa esposa, duas filhas e cinco netos. O velório será nesta segunda-feira no Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste. (com informações de O Globo e O Estado de São Paulo)