Demétrio Vecchioli
Cerca de 40 atletas do pentatlo moderno estão sendo proibidos de utilizar a piscina usada durante os Jogos Olímpicos do Rio-2016 e que vinha sendo o CT do pentatlo, em Deodoro. A proibição foi determinada pelo Exército, que alega que a Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM) não se mostrou disposta a regularizar a situação do CT. Já a entidade foi reclamar dos militares para o Ministério do Esporte, que tenta encontrar uma solução. Em meio ao empurra-empurra, os atletas é que saem perdendo.
A piscina olímpica do Complexo de Deodoro foi construída para os Jogos PanAmericanos de 2007 e, desde então, é o local dos treinamentos de natação dos atletas da CBPM, que também mantém o projeto PentaJovem, que visa formar atletas da modalidade. Entre 2013 e 2015, o Ministério do Esporte investiu R$ 7,8 milhões para manter o projeto, bancar viagens e comprar material esportivo.
O plano era que o projeto chegasse a 100 atletas, mas apenas 40 estavam treinando na piscina olímpica antes de o Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx) barrar, na semana passada, que eles continuassem treinando no local. Eles continuam nadando em Deodoro, mas em uma piscina semiolímpica, que foi utilizada para aquecimento dos atletas durante os Jogos Olímpicos do Rio. Os pentatletas, porém, só podem utilizar quatro raias da piscina. As demais são exclusivas do Clube Militar.
Questionado, o Ministério do Esporte explicou que a CBPM “precisa regularizar a utilização da área do CCFEx mediante a formalização de um instrumento legal com o Exército Brasileiro”, que pode ser um Acordo de Cooperação Técnica ou um Termo de Permissão de Uso. A pasta ainda disse que está em contato com Exército e CBPM para resolver o impasse. O calendário oficial da entidade para
2017 não prevê nenhuma prova lá no ano. Internamente, o Exército tem reclamado da postura dos dirigentes da CBPM, que teriam sido procurados após a Olimpíada para resolverem a situação. Um
ultimato foi dado depois que o Ministério do Esporte assumiu o controle do Parque Olímpico da Barra e começou a formalizar acordos de cooperação com órgãos como o COB, o Comitê Paralímpico (CPB) e o Comitê de Clubes (CBC).
Mas, um mês após ultimato, as negociações sequer haviam começado. Pelo que apurou o blog, a proibição de utilizar a piscina foi a forma que o Exército encontrou de forçar o CBPM a formalizar o uso da área, assumindo responsabilidades também. A confederação foi procurada e, inicialmente, disse que o blog deveria questionar o Ministério do Esporte, que havia sido oficiado sobre o problema. Novamente questionada depois da resposta do governo, a CBPM afirmou que preferia não comentar.
Olhar Olímpico/montedo.com