Mãe reconhece soldado morto afogado em quartel e diz que filho reclamava de 'tratamento rígido'
Recrutas tinham entre 18 e 19 anos e entraram no exército no começo deste ano. Eles faziam atividade em que usavam bússola e mapas para encontrar a rota traçada pelos instrutores.
G1 São Paulo
A mãe de um dos três soldados que morreram durante um treinamento do exército, nesta segunda-feira (24), em Barueri, na Grande São Paulo, fez a identificação do filho Vitor Costa Ferreira, de 18 anos, na madrugada desta terça-feira (25).
Sandra da Costa Ferreira conta que o filho pensou em desistir do exército, mas que reconsiderou. “Ele estava lá havia mais ou menos dois meses. Até então, no começo, foi muito rígido o tratamento com ele, muito rígido que por um momento ele queria desistir e muitas coisas aconteceram ali. Mas, por algum momento, ele falou da última vez que falei com ele sobre esse assunto, ele disse que queria seguir carreira, que ele queria ter um futuro brilhante”, lamenta a mãe.
Os soldados com idades entre 18 e 19 anos entraram no exército no começo deste ano e eram de outro quartel, na capital. Os recrutas faziam um treinamento de localização na mata.
Segundo o exército, era uma das atividades para encerrar a fase de preparação individual e durante a semana inteira eles fariam outros exercícios de campo. Os recrutas se dividiram em equipes e usavam bússola e mapas para encontrar a rota traçada pelos instrutores e, de acordo com o exército, não deveriam ter passado pelo lago. No total, havia 154 recrutas.
De acordo com o coronel Igor Boechat, oficial de comunicação social do exército, as instruções iniciais apontavam orientação diurna. “Nesta orientação, o soldado recebe uma espécie de mapa, a gente chama de carta e ele tem que percorrer alguns pontos com a bússola, de modo que ele consiga se orientar no terreno. Por algum motivo, essa equipe, e temos que apurar ainda, essa equipe de quatro ou caiu e entrou no lago e infelizmente três militares vieram a se afogar.”
O exército disse que só vai divulgar os nomes das vítimas depois de comunicar oficialmente os parentes. Nesta segunda, a assessoria de imprensa do Comando Militar do Sudeste disse em nota que "um Inquérito Policial Militar será instaurado para levantar as causas que levaram ao incidente."
G1/montedo.com