Ministro do STF elogia conduta dos militares na "crise aguda" nacional
EDUARDO BARRETTO
BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse que as Forças Armadas são exemplo ao país pela conduta na "crise aguda" nacional. Nesta terça-feira, em seminário no Instituto Brasiliense de Direito Público, do qual é sócio, Mendes afirmou que, no combate ao crime, não se deve cometer um crime, e criticou o Ministério Público por "abusos" em todo o Brasil.
— No momento de crise aguda por que passamos, nós temos visto certas algaravias (confusões), certas desinteligências em vários setores das nossas instituições. Nenhum tumulto na área das Forças Armadas, nenhuma celeuma no âmbito do Exército. É como se eles estivessem nos ensinando como proceder em respeito às instituições — declarou Mendes, que condecorou o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, com o título de doutor honoris causa no evento que debateu segurança pública.
— O combate ao crime tem que se fazer sem cometer crimes. O agente público não pode se igualar ao bandido que ele pretende combater. Do contrário, nós caminhamos para um ambiente de selvageria — disse, sem especificar a que categoria de agentes públicos se referia. Quando mencionou o quadro penitenciário, afirmou que, para ficar ruim, o sistema teria que melhorar muitíssimo.
Nas críticas a instituições, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) só citou o Ministério Público, quando falava de "festival de abusos" investigatórios no Mato Grosso, estado em que nasceu. Contudo, logo depois, emendou que esses excessos são cometidos em todo o país.
— Ainda neste final de semana, estive no Mato Grosso, e de lá dei-me com notícias de que há um festival de abusos feitos no âmbito de investigação, e essa notícia infelizmente se repete Brasil afora, feita pelo Ministério Público. A chamada barriga de aluguel, uso de interceptação telefônica para atingir adversários políticos ou até pessoas nas relações privadas — discursou Gilmar, completando que isso se deve à "falta de controle" do modelo de investigações, e defendeu aprofundamento do tema.
Nesta segunda-feira, Gilmar Mendes disse que investigações no Brasil estão se "expandido demais" e teriam objetivo de "colocar medo".
O Globo/montedo.com