26 de junho de 2017

General teria indicado novo diretor da Polícia Federal. Ministro da Justiça nega a troca

Ministro da Justiça diz que fará troca no comando da Polícia Federal
Ministro da Justiça, Torquato Jardim, tem histórico de críticas às ações da Operação Lava Jato
Por iG São Paulo
Alteração é vista como uma tentativa de interferir nas investigações da Lava Jato; Torquato Jardim já fez críticas públicas ao andamento da operação

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou durante reunião realizada nesta semana com sindicalistas que irá trocar o comando da Polícia Federal, atualmente chefiada por Leandro Daiello. A substituição é tida como uma tentativa do governo de interferir nas investigações da Operação Lava Jato.
As informações foram publicadas em reportagem deste sábado (22) da “ Folha de S.Paulo ”, que informa ainda que um dos principais nomes cotados pelo ministro da Justiça para assumir a Polícia Federal é o do delegado Rogério Galloro, cujo perfil é considerado mais adaptado ao ambiente político.
A indicação de Galloro teria partido do general Sérgio Etchegoyen, que é o responsável pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República. O militar já indicou o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Janér Tesch Hosken Alvarenga, além do próprio Torquato Jardim.
A reportagem diz ainda que o ministro pretende promover uma reorganização da estrutura da Polícia Federal , colocando em outro órgão os agentes que atuam em funções sem relação direta com a atividade policial, entre elas a emissão de passaporte e o controle do fluxo de estrangeiros no País.
O delegado Sandro Avelar, presidente da Fenadepol (Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), que participou da reunião, deu entrevista à “ Folha ”, na qual critica a decisão de Jardim de modificar a estrutura da PF. Na avaliação dele, o ministro deveria aumentar o efetivo de agentes da corporação, que hoje tem cerca de 11 mil funcionários. Os sindicatos da categoria estimam que seriam necessárias 15 mil pessoas para atender às demandas de maneira adequada.

Histórico de críticas
Antes de ser nomeado para o Ministério da Justiça, Torquato Jardim já fez críticas públicas à Lava Jato . Em fevereiro deste ano, o jurista listou problemas no decorrer da operação, como as longas prisões provisórias e as condenações de réus, que, na opinião dele, foram sem provas adequadas.
Em maio do ano passado, o agora ministro da Justiça publicou um artigo no jornal “ Diário do Povo do Piauí ” no qual demonstrou ceticismo em relação à possibilidade de a Lava Jato promover mudanças significativas na cultura do País e no combate à corrupção. “O que mudou com o impeachment de Fernando Collor? O que mudou no Brasil depois da CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] do Orçamento quando os sete anões foram cassados? O que mudou com o mensalão? O que vai mudar com a Operação Lava Jato?”, escreveu.
Último Segundo - iG/montedo.com

Ministro da Justiça nega troca no comando da Polícia Federal
Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, desmentiu hoje (24) rumores de troca do comando da Polícia Federal (PF) e disse que no trabalho do ministério “não há nomes, há instituições”. Ao lado do diretor da PF, Leandro Daiello, Jardim disse que o governo não está “preocupado com personalidades” e que os dois têm trabalhado “com absoluta harmonia e camaradagem”.
“Não há nomes, há instituições. Não estamos preocupados com personalidades. Estamos comprometidos com a instituição”, disse o ministro em rápido pronunciamento à imprensa convocado neste sábado. “É preciso cobrir mais espaço do território. Seja para cada um dos crimes que mais preocupam a administração pública: drogas, armas, os crimes financeiros e o que começa agora que é o tráfico humano. Esse é o novo desafio, é o nosso compromisso institucional.”
Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, Jardim teria dito a sindicalistas em reunião esta semana que tiraria Daiello do comando da PF.
O ministro chamou a notícia do jornal de “pós-verdade” e disse que a informação “não corresponde com a realidade”.
O pronunciamento durou cerca de três minutos e Jardim deixou o local sem responder a perguntas dos jornalistas.
Após a saída de Jardim, Daiello reforçou a declaração do ministro de que não se pode personalizar a atuação da PF, mas não esclareceu se fica ou não no cargo.
“Vamos ampliar a capacidade da Polícia Federal de ter uma inserção internacional para combater os crimes transnacionais e também com uma estratégia de proteção de fronteiras. Isto anda muito bem, anda em uma perspectiva institucional, não é uma perspectiva pessoal, não é o ministro, não é o Leandro [Daiello], são as instituições Ministério da Justiça e Polícia Federal que andam serenamente neste caminho”. O diretor também deixou o local sem responder a perguntas da imprensa.
Agência Brasil/montedo.com

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