13 de fevereiro de 2017

Polícia indicia 20 pessoas por clonagens de caminhões do Exército

Numeração de veículos militares não emplacados era usada na fraude.
Prejuízo com clonagem de chassis do Exército pode chegar a R$ 11 milhões
Do G1 RS
A polícia indiciou 20 pessoas por envolvimento em um esquema que legalizava caminhões roubados, furtados e clonados com o uso de numeração de veículos do Exército. O inquérito terminou com 26 caminhões apreendidos. Todos tinham numeração adulterada. Destes, 11 foram identificados como roubados.
De acordo com a investigação, o esquema de clonagem copiava o número do chassi de veículos militares e tinha envolvimento de Centros de Registro de Veículos (CRVAs) de várias cidades gaúchas.
“Dentre esses criminosos indiciados, temos um despachante conveniado ao Detran, um ex-vistoriador de CRVA do Detran, dois vistoriadores ainda trabalhando como vistoriadores do Detran. O resto eram empresários, familiares e pessoas que trabalham da forma mais ampla para essa organização criminosa”, relata o delegado Marco Guns.
A assessoria de comunicação do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) informou que o órgão trabalha no recolhimento de provas para abrir processo administrativo. Dos três indiciados que atualmente tem relação com o departamento, dois vistoriadores foram afastados assim que tiveram a prisão determinada pela Justiça. No caso do despachante, se ficar comprovada a participação no esquema, ele vai ser descredenciado.
O esquema
O esquema de clonagem de veículos com números de chassis de caminhões do Exército descoberto pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul pode ter movimentado R$ 11 milhões em prejuízos diretos, considerando o registro fraudulento de 41 veículos, segundo a investigação.
De acordo com a polícia, criminosos tinham acesso ao número de chassis de caminhões militares, depois roubavam veículos semelhantes, e trocavam a numeração. Veículos ainda não emplacados ou que seriam exportados para fora do Brasil também tiveram a numeração de chassi usada para esquentar carros roubados.
O esquema foi considerado sofisticado pela polícia gaúcha, já que muitos dos veículos do Exército não rodavam pelas ruas e estradas, além de não serem emplacados, dificultando a identificação das clonagens.
Conforme as investigações, os criminosos tiveram acesso aos números de chassis de caminhões adquiridos pelo Exército Brasileiro no período de 16 anos, totalizando 15.473 veículos.
A somatória dos prejuízos leva em conta a vítima que teve o veículo furtado, e também as pessoas que compraram os veículos já clonados, sem ter conhecimento da fraude.
Ao todo, 19 pessoas que fazem parte da célula gaúcha da quadrilha foram identificadas. Elas teriam sido os responsáveis pelas 41 adulterações de caminhões ocorridas desde 2005, com atuação mais frequente no Sul do estado, nas cidades de Pelotas, Canguçu, Rio Grande e Ibirubá.
O esquema contava, ainda, com a conivência de funcionários e ex-funcionários dos Centros de Registro de Automóveis (CRVAs), uma vez que a vistoria poderia identificar a fraude, conforme a Polícia Civil.
G1/montedo.com

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