Bem gelada
A curiosa história dos Spitfire que transportavam cerveja para as tropas na Normandia
Por Edmundo Ubiratan em 1 de Fevereiro de 2017 às 15:00

A cerveja está entre as bebidas mais populares do mundo, atrás apenas do café e do chá. Com sabores e texturas para todos os paladares, a cerveja é degustada nas mais variadas ocasiões, inclusive na guerra.
Quem já assistiu documentários ou filmes sobre os recentes conflitos no Iraque ou no Afeganistão pode comprovar que a icônica "Bud" é presença quase constante entre as tropas norte-americanas. Se hoje a logística permite transportar milhares de latas de um lado para outro do mundo, na Segunda Guerra Mundial, a estratégia para manter os soldados com moral alto era um pouco mais complexa, e exigia uma boa dose de criatividade.
Os britânicos, um dos maiores apreciadores da cerveja no mundo, mantiveram um abastecimento constante da bebida para as tropas no front. Entre as muitas alternativas empregadas esteve o transporte de barris por aviões Spitfire! Sim, você leu certo. Os britânicos utilizaram o heroico caça também para transportar a bebida para as tropas no continente europeu.

Foi então que surgiu uma mente brilhante entre os membros da Força Aérea Real Britânica, a Royal Air Force (RAF), a qual acabara de receber seus novos Spitfire Mk IX, que contavam com pontos duros sob as asas, capazes de transportar bombas ou tanques de combustível alijáveis. Além da melhor performance geral, os dispositivos permitiram ampliar consideravelmente o arsenal transportado pelo avião, inclusive... barris de cerveja.

Essa curiosa solução recebeu a designação extraoficial de Modification XXX. Embora não exista uma explicação para o nome, uma das teorias é que tenha sido em referencia ao XXX Armeekorps, o corpo de exército Nazista que atuou em diversas frentes na Europa.
O único problema da missão era não voar alto o bastante para congelar a cerveja e nem baixo demais para ser alvejado pela artilharia antiaérea. Numa altitude segura, além de evitar a ação das defesas inimigas, era possível entregar a encomenda na temperatura ideal.
Provavelmente esse era o voo mais esperado por todos na Normandia e até, talvez, pelos soldados do Eixo.
AEROMAGAZINE/montedo.com