30 de outubro de 2015

Após pedir 'despertar de luta patriótica', general Mourão é exonerado e vai comandar uma escrivaninha

Publicação original: 29/10 (22h32min)
Comandante do Exército demite general que pediu 'despertar de luta patriótica'

Agência Estado
Brasília, 29 - O Comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, decidiu demitir o general Antonio Hamilton Martins Mourão do comando Militar do Sul e transferi-lo para a Secretaria de Economia e Finanças do Exército, em Brasília. O general Mourão, assim, perde o poder de falar para tropa. A decisão foi tomada depois de reunião do alto comando do Exército em Brasília, nesta semana.
A mudança foi em virtude das declarações dadas por ele em fala a oficiais da reserva, quando fez duras críticas à classe política e convocou os presentes para "o despertar de uma luta patriótica".
A fala do general foi questionada nesta quinta-feira, 29, pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores, que questionou o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, sobre a fala do general, que teria dito que "ainda tínhamos muitos inimigos internos, mas que eles se enganavam achando que os militares estavam desprevenidos" e que teria feito uma provocação, incitando os militares ao dizer: "eles que venham!".
No início desta semana, outro problema. O Comando Militar do Sul fez uma homenagem póstuma ao coronel Brilhante Ustra, questionado pela Comissão da Verdade como torturador durante o regime militar. O Comando do Sul chegou a expedir convite para a cerimônia.
Esta postura do general Mourão acrescenta um ingrediente à crise política que o governo Dilma já vive. O Planalto havia deixado este assunto à cargo da Defesa porque não quer trazer mais esta questão para dentro do palácio.
Para o lugar do general Mourão irá o general Edson Leal Pujol, que estava na Secretaria de Economia e Finanças do Exército.
O Estado de Minas/montedo.com

Comento
A expressão 'demissão' é própria de jornalista que não sabe direito sobre sobre o que está escrevendo. 
De outra parte, a situação do Comando do Exército é bastante cômoda, pois a exoneração do General Mourão se efetiva em meio às movimentações de oficiais generais e coronéis que serão promovidos. A justificativa já nasceu pronta: ato de rotina.

Cá entre nós...
O general até que durou muito no cargo.  Ao assumir o cargo de Comandante Militar do Sul, em maio de 2014, afirmou que, em 1964, o Exército foi instrumento da nação. A ambiguidade, definitivamente, não faz parte da personalidade do General Mourão. E, sabemos todos, sinceridade é algo que incomoda mentes estreladas que não admitem contradição.
Confira o arquivo do blog sobre o General Mourão.

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